segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A FRATERNIDADE NA UMBANDA

  
A vida é sempre a iluminada escola.
Compadece-te e ajuda no caminho.
Por toda parte, há dor que desconsola
E toda gente aguarda a leve esmola
Do sorriso, da prece, do carinho...
 
Nem sempre vês quem chora e necessita.
Há muita treva, muita sede e fome
Escondidas em laços de ouro e fita,
E, em tudo, há muita máscara bonita
Ocultando a miséria que consome.
 
Quanta cabeça se ergue à luz dourada
Na multidão festiva que fulgura!
E, a sós, pende tristonha e desvairada,
Aturdida no horror da própria estrada,
Chorando de aflição e de amargura!...
 
Quanto sonho padece ao desabrigo!
Quanta mágoa contida, vida a fora!...
Auxilia, do príncipe ao mendigo,
Não atrases o abraço doce e amigo,
Que o companheiro espera, desde agora.
 
Que a boa luta te não desagrade.
Sê mais amplo no esforço da harmonia...
Semeia a glória da Fraternidade!
Sem a luz da União e da Amizade,
Não há bênçãos da Paz e da Alegria.

Por Carmen Cinira
Psicografia de Chico Xavier

Tema de Hoje:
 
“Chega o tempo de enxugar o pranto dos homens,
se fazendo irmão e estendendo a mão! Venha, já é hora de acender a chama da vida e fazer a terra inteira feliz.”

UM ESTUDO SOBRE A FRATERNIDADE


Não é sem um propósito que nosso Centro Espírita atende pelo nome de NOSSA CASA! Muitos perguntam a respeito de chamarmos Nossa Casa de Centro Espírita ao invés de Centro Umbandista... A resposta a este questionamento é tão simples... O termo Centro Espírita é tão mais abrangente do que o termo Centro Umbandista... Somos Espíritas de coração, pois cremos na vida após a morte e nos desígnios da Doutrina Espírita em toda sua amplitude. E porque reduzir nossa família aos Umbandistas, se podemos formar laços com todos aqueles que partilham da mesma vontade de praticar o bem? Por isso, NOSSA CASA passou a ser o nome de nosso centro, o qual, através da doutrina Espírita, reúne em torno de si toda uma família dos que desejam praticar o amor nos ensinado pelos Espíritos de Luz, independentemente da forma com a qual se apresentem. Em NOSSA CASA, é nossa honra poder estar junto com nossos irmãos, formando assim, nossa corrente fraterna de amor, paz e união!
Como falar de fraternidade sem lembrarmos-nos de São Francisco de Assis?  Em um tempo onde se vivia muito o luxo e a riqueza dos castelos europeus, das imensas catedrais, dos suntuosos palácios e das abadias grandiosas, Francisco optou por vivenciar a pureza trazida pelo Evangelho. A simplicidade o aproximou-o de cada criatura, pois o que possuía não o diferenciava de ninguém: ele tinha apenas seu pé no chão e fé ardente no coração. Desta forma, passou a se considerar irmão da água, do fogo, da nuvem, do Sol, da Lua e de cada pessoa que encontrava,, uma vez que entendia serem todos irmãos, filhos do mesmo Pai. Irmão do Universo, passou a defendê-lo, protege-lo e cuidar das criaturas. Tirava a minhoca do caminho para não ser pisada, enfaixava um galhinho quebrado para que se recuperasse, alimentava no inverno as abelhas que voavam por aí, perdidas. Foi ao encontro dos outros com as mãos vazias e o coração puro, oferecendo-lhes apenas a cortesia, a amizade e o amor desinteressado, cheio de confiança e ternura.
Assim é a fraternidade universal. Quando humildes, entendemos que somos frutos da criação divina e passamos a respeitar todas as formas de vida. Esse respeito é o elo que conduz as relações humanas e nos transforma em uma grande família.
E como falar de princípios morais na Umbanda sem falarmos sobre a fraternidade? Afinal de contas essa é a verdadeira essência de tudo que praticamos: formar com nossos semelhantes uma irmandade de pessoas que se amam, se respeitam e que desejam o bem para aqueles que compartilham do mesmo espaço terrestre e celestial.
Para viver em fraternidade é preciso estar em harmonia com o meio e com aqueles que nos cercam. É preciso entender que cada um faz as suas escolhas e que fazê-las diferentes das nossas não é fazê-las de forma errada, mas de outra forma. É respeitar o andamento da vida, contribuindo para o bem coletivo e para a manutenção do essencial à vida de todos. É desejar para quem está ao seu lado, longe de você ou para aquele que você não conhece, o melhor que o Universo possa oferecer, e não só desejar, mas trabalhar para que isso aconteça.
A fraternidade na Umbanda está muito ligada ao respeito à Natureza, às criaturas e a todas as forças do Universo. Está em buscar a concórdia entre os povos, traduzidas em um único sentimento: a FÉ! Não é preciso pensar da mesma forma ou agir da mesma forma. Mas é fundamental que as consequências daquilo que se busca sejam únicas e benéficas a toda coletividade.
Fazer parte de uma família Umbandista é ter a certeza de que ao seu lado há verdadeiros companheiros, que o apoiarão nas dificuldades e vibrarão com você em suas conquistas. É saber que nunca estará sozinho, pois poderá sempre contar com o companheirismo dos irmãos de fé, dos guias de Luz e de toda uma Casa a qual pode chamar de lar.
Mas na Umbanda, a fraternidade ainda é mais do que isso... É ter um sentido na vida. É fazer parte de uma equipe empenhada em ajudar o próximo apesar dos percalços e das dificuldades. É entender que todo grupo passa por momentos de dificuldade, mas nunca deixar de ter a certeza de que o amanhã será lindo, pois ao seu lado estará uma equipe que tem por objetivo o bem. Não apenas um grupo de pessoas, mas muito mais do que isso. É a união de forças positivas que atuam de forma a modificar a vida daqueles que se aproximam. Assim é a fraternidade na Umbanda... Participar de uma equipe forte e unida, empenhada em realizar feitos que, para muitos, podem parecer impossíveis!
Compartilhar o bem mais precioso que possuímos, O AMOR, nos torna irmãos! Estarmos prontos para doar um pouco de nós para multiplicar a alegria do coração daqueles que muitas vezes nem conhecemos, é o que estreita os laços e aproxima de Deus aqueles que, por vezes, estão distanciados. E isso é lindo, pois é o mesmo que trazer para perto do Pai um filho que se perdeu de sua família.
Graças ao Pai temos a oportunidade de entender um pouco da vida, da natureza e do Universo. A graça do conhecimento é o que nos faz compreender a importância da prática da caridade para com os nossos e para com toda a humanidade. É desse conhecimento que vem a oportunidade de conhecer aspectos da vida espiritual, o que nos dá a certeza de que, dessa grande família fraterna, fazem parte não só os aqui encarnados, mas todos os Espíritos a caminho da evolução.
O que permite que os corações se interlacem é a busca pela paz de Espírito, que nasce da esperança pela felicidade no amanhã. Ao buscarmos a paz, criamos ao nosso redor um ambiente de luz, que faz com que se aproximem aqueles que procuram o mesmo! Estar em paz nos ajuda a enxergar o universo de uma forma mais ampla e menos crítica. Então, passamos a ter melhores olhos para aqueles que nos cercam e passamos a desconsiderar no outro o que antes nos afligia, por ser, na maioria das vezes, um reflexo da inquietação de nossos próprios corações!
Para fazer parte desta grande fraternidade Umbandista, antes de tudo, precisamos ter a certeza da fé que move nossas vidas. O trabalho de auxílio, por vezes, exige de nós abdicação de algum tempo que teríamos guardado apenas para nosso próprio uso. Abdicamos também do controle total sobre o nosso corpo, em benefício daqueles que buscam ajuda. E é na grandeza desse ato de abdicar que recebemos as maiores alegrias, como a de um sorriso daqueles que antes choravam, da recuperação daqueles que sofriam com as dores e da esperança daqueles que não enxergavam razões para continuar vivendo. Nessa imensa alegria que toma nossos corações, deixamos de lado nossos objetivos individuais, passando a sentir a importância de estreitar os laços com aqueles que lutam pela mesma causa, sendo abnegados e praticantes da Lei maior da Umbanda: A CARIDADE.
Como nos ensinam os sábios pretos-velhos, em não sendo nada, passamos a ser tudo. Da mesma forma que São Francisco passou a viver na simplicidade para se aproximar de todas as criaturas, precisamos ser sempre humildes de coração para entendermos a grandeza do amor dos seres humanos. Ao nos despojarmos de nossas vaidades e ambições de riqueza, nossos corações ganham mais espaço para sentir aquilo que realmente importa e que todos, independentemente de condição social ou nível cultural, têm a nos ensinar. O orgulho cega nossos olhos à verdade e acaba por nos envolver em más escolhas. Essas más escolhas acabam nos afastando daqueles que querem nosso bem, o que não contribui para a formação de laços fraternos. Por isso, a humildade se torna peça fundamental para a que nos sintamos irmãos de todos, uma vez que apesar daquilo de material que possuímos, vivemos todos sob o mesmo céu estrelado.
Laços fraternos são formados pelo compromisso e pela verdade para com as criaturas divinas! A confiança é fundamental para fortalecer esses laços e ela só se mantém dentro da verdade de nossas palavras e ações. Como chamar de irmão aquele em quem não podemos confiar? Aquele que não honra um compromisso assumido? Ou aquele que não está pronto para cumprir o que promete? Ter compromisso é se mostrar pronto a ajudar. É fazer o outro acreditar que você não vacilará no momento em que ele clamar por seu auxílio. Verdadeiros irmãos são assim, se protegem, se ajudam e honram o compromisso de cuidar daqueles com os quais formos laços fortes e indestrutíveis, mesmo tendo que doar de si em função de quem necessita.
Bom irmãos, falar de fraternidade na Umbanda é até ser redundante. Umbanda já significa que as “bandas estão unidas em uma só força”. E o que é essa união senão um grande espírito fraterno entre os que compartilham do objetivo de praticar o bem? Ser Umbandista é isso... Prezar pela harmonia do Universo, promovendo a concórdia entre os povos, apoiando-se no companheirismo entre os membros de uma mesma equipe, que trabalha buscando o compartilhamento do amor entre homens, de forma a multiplicar o conhecimento sobre a importância da paz nas relações entre os seres, os quais passam a crescer com a abdicação de suas próprias vaidades, se tornando abnegados à missão de fazer o bem a toda coletividade, a qual se ilumina com o sorriso daqueles que assumem o compromisso com a verdade e lutam por um mundo melhor para todos os filhos de nosso Pai!
Como é bom poder fazer parte dessa corrente fraterna que é a Umbanda!
Um grande abraço a todos...
Com amor,
Nise!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

OGUM NO CORAÇÃO NUNCA É DEMAIS!

(Texto enviado por Théo)

Olá irmãos.
Hoje vim lhes contar um pouco sobre Ogum, um Orixá cultuado nas religiões Umbanda e Candomblé, sincretizado com São Jorge na Igreja Católica.
Ogum traz em si o instinto do guerreiro. General destemido e estratégico, é aquele que vem para ser vencedor das grandes batalhas, o desbravador em busca da evolução.
Na Umbanda, Ogum não é um Deus, como é no Candomblé, mas uma energia da natureza, que atua sobre seus filhos, auxiliando seus caminhos. No Candomblé, diferentemente da Umbanda, cada Orixá, em cada uma das nações, traz consigo um lenda. Essas lendas, apesar de não ser seguida dentro da Umbanda, ilustra de maneira interessante o arquétipo que a energia de Ogum se mostra em seus filhos. Segundo se conta, quando vivo, Ogum atuava como o ferreiro do povo da região que habitava. Andava por todos os lugares defendendo os desamparados e comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. E assim também são seus filhos, valentes e prontos para correrem atrás de seus objetivos.
É de Ogum a energia que protege as pessoas contra as guerras e contra as demandas espirituais. A energia de Ogum é também o protetora dos militares, de todos os seguidores da Umbanda e também daqueles que sofrem perseguições materiais ou espirituais.
Sua cor de vibração é o vermelho encarnado, e seu símbolo de poder é a espada. É de Ogum a força que trava batalhas espirituais contra o mal e, por isso, é respeitadíssimo dentro de diversos cultos, como na nossa religião.
É sob a proteção da energia de ogum que os guardiões trabalham no bem. Ogum, muitas vezes é chamado por eles de “Senhor das armas”, demonstrando o respeito que têm pelo General, uma vez que são também soldados do bem. Assim como o exército de Ogum, os guardiões também atuam sob seu comando, respondendo pela lei e pela ordem.
Conhecido como o general de Oxalá, Ogum protege a todos que a Ele recorrem. Seus domínios são todos os caminhos e todos os lugares. Em qualquer lugar que exista a menor possibilidade da prática do mal Ogum é atuante, seja nas encruzilhadas, nas matas, nos cemitérios, nas praias, na subcrosta, etc., de forma a proteger aqueles que não vibram na mesma sintonia.
Sua linha é a mais atuante contra as forças negativas e contra suas funestas consequências.
No dia23 de abril, comemora-se na Umbanda, assim como na Igreja Católica, o Dia de Ogum, ou São Jorge, data em que o santo foi morto.
As forças do guerreiro Ogum nos fazem vibrar dentro dos valores de iniciativa, coragem, inteligência, força, perseverança e caridade!

O que Diz a Lenda do Dragão de São Jorge:
O dragão de São Jorge é um ser mitológico, símbolo de sabedoria ou ignorância. A lenda de Jorge fala do monstro que foi derrotado por um homem santo.
Um dragão, que habitava as profundezas de um lago, aterrorizava a vida de uma cidade com seu hálito de fogo e, para afastar a ira do lagarto gigante, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, escolhidas por sorteio. Certa vez a sorteada foi a filha do Rei e nada podia ser feito para evitar este horrível destino.
Eis que o corajoso cavaleiro Jorge, vindo da Capadócia, colocou um fim no problema daquela região desembainhando sua espada e reduzindo o terrível dragão a um manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente até dentro dos muros da cidade.
O misterioso cavaleiro lhes assegurou gritando que tinha vindo em nome de Jesus Cristo, para vencer o dragão. Os moradores, inspirados, se converteram então ao Cristianismo.
Curiosidade
São Jorge é o padroeiro da Catalunha. Uma lenda regional diz que, após matar o dragão, ele deu à princesa uma rosa vermelha. Assim, no dia 23 de abril, especialmente em Barcelona, é comum que o homem dê à sua esposa ou namorada uma rosa vermelha.


As Características Dos Filhos De Ogum

Não é difícil reconhecer um filhos filhos de Ogum. Eles têm um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos; São consequentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina tornará um filho de Ogum deslocado. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta. Sua coragem é muito grande.
Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos, camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres e não costumam se fixar muito a uma só pessoa, até realmente encontrarem seu grande amor. 
São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e ideias. Arrependem-se quando veem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas ideias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Oração para São Jorge
Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança. Abra os meus caminhos!
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça; A Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza do poer dos meus inimigos canais e espirituais e de todas as suas más influências. Que debaixo das patas de seu fiel cavalo, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar!
Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso. Dai-me coragem e esperança. Fortalecei minha FÉ e auxiliai-me nas necessidades.
Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Que assim seja!
São Jorge rogai por nós!

Salve Ogum!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A INVEJA

 
 
Você tem inveja do seu colega de trabalho? Você é daqueles que costuma vasculhar as folhas de pagamento dos colegas, na ânsia de descobrir injustiças cometidas pelo seu patrão? Você sente inveja quando um colega é promovido? Ou quando recebe um pequeno aumento salarial? Acredita que você seja um injustiçado, que seu esforço não está sendo visto? Então conheça a história de Álvaro, um desses funcionários insatisfeitos com seu patrão.

Ele trabalhava em uma empresa há 20 anos. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações. Um belo dia, ele foi ao dono da empresa para fazer uma reclamação. Disse que trabalhava ali há 20 anos com toda dedicação, mas se sentia injustiçado. O Juca, que havia começado há apenas três anos, estava ganhando muito mais do que ele.

O patrão fingiu não ouvir e lhe pediu que fosse até a barraca de frutas da esquina. Ele estava pensando em oferecer frutas como sobremesa ao pessoal, após o almoço daquele dia, e queria que ele verificasse se na barraca havia abacaxi. Álvaro não entendeu direito mas obedeceu. Voltando, muito rápido, informou que o moço da barraca tinha abacaxi. Quando o dono da empresa lhe perguntou o preço ele disse que não havia perguntado. Como também não sabia responder se o rapaz tinha quantidade suficiente para atender todos os funcionários da empresa. Muito menos se ele tinha outra fruta para substituir o abacaxi, neste caso.

O patrão pediu a Álvaro que se sentasse em sua sala e chamou o Juca. Deu a ele a mesma missão que dera para Álvaro:

- Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal hoje. Aqui na esquina tem uma barraca. Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi. Oito minutos depois, Juca voltou com a seguinte resposta: eles têm abacaxi e em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. Se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi está R$ 1,50 cada, a banana e o mamão a R$ 1,00 o quilo, o melão R$1,20 a unidade e a laranja R$ 20,00 o cento, já descascada. Como falei que a compra seria em grande quantidade, ele dará um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo. Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou Juca.

Voltou-se para Álvaro e perguntou:

- O que é mesmo que você estava querendo falar comigo antes? Álvaro se levantou e se encaminhando para a porta, falou:

- Nada sério, patrão. Esqueça. Com sua licença.

Muitas vezes invejamos as posições alheias. Sem nos apercebermos que as pessoas estão onde estão e têm o que têm porque fizeram esforços para isso. Invejamos os que têm muito dinheiro, esquecidos de que trabalharam para conseguir. Se foi herança, precisam dar muito duro para manter a mesma condição. Invejamos os que se sobressaem nas artes, no esporte, na profissão. Esquecemos das horas intermináveis de ensaios para dominar a arte da dramatização, da música, da impostação de voz. Não nos recordamos dos treinamentos exaustivos de bailarinos, jogadores, nem das horas de lazer que foram usadas para estudos cansativos pelos que ocupam altos cargos nas empresas.

O melhor caminho não é a inveja. É a tomada de decisão por estabelecer um objetivo e persegui-lo, até alcançá-lo, se esforçando sem cessar.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A VERDADE

(Texto enviado por Rodolpho)

Boa noite irmãos.
Mais uma segunda feira de muita alegria, aprendizado, desenvolvimento e amor.
Que Jesus possa nos guiar pelo caminho do bem, da verdade e da fraternidade.
Eu recebi de presente a oportunidade de falar um pouquinho para vocês sobre as palavras que a vovó Antonieta vem nos ensinando a cada dia para seguirmos o caminho o bem e da Verdade, “VERDADE”... OPAAA!!!! Essa é a palavra tão especial que tive a honra de estudar e para trazê-la sob meu entendimento no dia de hoje.
Como não podia ser diferente, fui correndo ao dicionário, para saber o significado dessa palavra tão importante.  Verdade = Realidade, exatidão, sinceridade e boa fé. Encontrei um lindo conto que fala sobre a verdade e gostaria de compartilhar com todos vocês.
Vamos lá:


A semente da verdade
(texto retirado do conto folclórico oriental recontado por Patrícia Engel Secco, adaptado por Luis Norberto Pascoal)
                              
O imperador precisava encontrar um sucessor. Sem filhos, nem parentes próximos, ele decidiu convocar todas as crianças do Reino.
Thai foi uma delas. Ele era um ótimo menino. Dedicava-se ao jardim de sua casa e cada planta tocada por ele crescia viçosa e forte.
No dia marcado, dirigiu-se até o palácio, onde havia milhares de pequenos súditos. O imperador disse:
- Crianças, preciso escolher meu sucessor entre vocês. Vou lhes dar uma tarefa. Aqui estão algumas sementes e quero que vocês as cultivem. O trono será daquele que me trouxer, daqui a um ano, a planta mais bonita.
Thai era um excelente jardineiro e com certeza faria muito bem o que o imperador pediu. Porém, por mais que se esforçasse a semente não brotava.  O menino fez tudo o que podia, mas seus esforços não adiantaram.
Foi quando chegou o dia de apresentar a planta para o imperador. A sua semente não havia brotado e o menino estava tão preocupado que não queria enfrentar as outras crianças; porém seu avô disse:
- Você é honesto. Vai até o imperador e diga a verdade. Sua dedicação foi máxima, mas a semente não brotou. Não se envergonhe, querido, apenas explique o que você fez, pois devemos sempre agir com honestidade, buscando a felicidade, sem que a nossa alegria faça alguém infeliz.
Thai obedeceu ao avô e foi ao palácio. Entretanto, ao chegar lá, ficou assustado, pois era a única criança que não levava consigo uma belíssima planta.
O imperador chamava as crianças, examinava o vaso e não falava mais nada. Não sorria e nem esboçava contentamento. Thai estava muito nervoso, pois se o imperador não havia aprovado aquelas plantas maravilhosas, o que diria de seu vaso sem nada?
Thai foi ficando pra trás e, quando se deu conta, era o último da fila. Mas sua vez chegou e ele não podia mais adiar o encontro com o imperador.
-Vejamos meu jovem, o que tem ai para mim? – disse rispidamente o Imperador.
Foi quando Thai não pode mais evitar as lágrimas. Com a cabeça baixa, mostrou o vaso ao imperador e disse:
-Senhor, sou um jardineiro e uma das minhas virtudes é a perseverança, mas por mais que eu tenha me esforçado, a semente não brotou. Meu avô ajudou a pensar sobre o que fazer e optei por dizer a verdade, explicar que me esforcei e pedir-lhe perdão.
Foi quando surpreendentemente o Imperador disse para o pequeno súdito:
- Não se envergonhe criança, você fez o certo. A sua grande virtude foi dizer a verdade, pois eu havia queimado todas as sementes e nenhuma poderia germinar. Portanto, você foi o único que, de fato, plantou a semente da verdade.
***
Esse pequeno conto nos mostra realidade da palavra verdade. Ser verdadeiro, dizer a verdade é ser real, colocar para fora os seus sentimentos e pensamentos, ser honesto consigo mesmo e com os outros.  Falar a verdade é retratar exatamente o que você sente na alma, ser sincero, honesto, ter sempre bons sentimentos que te levam a praticar o amor para com o próximo e para conosco, nos tornando pessoas melhores e justas.
Desde pequeno, escuto minha mãe falar: menino que diz a verdade não merece castigo, seja um menino verdadeiro, honrado e com caráter. Mentira tem pernas curtas, seu nariz vai crescer. Fui crescendo e percebendo o que de fato era ser um menino verdadeiro. A verdade é um bem maior que adquirimos e ensinamos para o mundo. Ser uma pessoa do bem é ser uma pessoa sincera, pois ao dizermos a verdade, não precisamos encontrar justificativas para nossos erros, encontrar desculpas para tudo que fazemos e nem nos sentimos obrigados a viver com medo de que descubram que somos culpados de alguma coisa. Quem fala a verdade e leva a verdade em seus corações e em suas ações vive a vida de maneira leve sem fugir da realidade e é visto como uma pessoa do bem, verdadeira e sincera.
Na nossa Umbanda, a verdade é base de nossos princípios e do nosso caráter. Sem a verdade, nos tornamos pessoas não confiáveis, nas quais não se tem a certeza de que aquilo se diz é realmente o certo. A Umbanda é verdadeira e sincera, pois os guias e Mentores de Luz ,em sua infinita misericórdia, vêm até nós para trazer uma palavra de conforto e de amor; Eles trabalham na verdade e no bem, se aproximando de nós de acordo com a nossa vibração. Se formos médiuns bons e verdadeiros, vamos vibrar nessas energias positivas e atrairemos para perto de nós os amigos de luz; Se trabalharmos na mentira ou na dúvida, as energias negativas vão estar próximas de nós, e passaremos a ser instrumentos, não de amor, mas de vibrações ruins para as pessoas que precisam de amor e carinho.
Por tudo isso que a Umbanda não admite mentiras e desconfianças. Ela trabalha no bem. Para atrairmos coisas boas é preciso sermos pessoas de coração trasbordando de amor sincero, com objetivo de levar ao mundo a paz do nosso Mestre Jesus. A Umbanda foi criada para união dos povos, para falar a língua de todos, para ter a cara do povo. Para isso a verdade é primordial tanto para quem a pratica quanto para quem a recebe, pois Deus é justo e fiel. Se estamos trabalhando na seara do amor, precisamos ser pessoas verdadeiras acima de tudo.
Bem meus irmãos, vamos ser verdadeiros primeiro conosco, abrir nossos corações para a bondade de Deus e refletir se praticamos a verdade sincera, pois se não falarmos a verdade estaremos nos prejudicando, enganando e trazendo  para perto de nós energias negativas e mentirosas. Vamos em busca da Paz interior sempre, respeitando e sendo sempre verdadeiros conosco e com o próximo, para que possamos levar para os outros irmãos que amamos a verdade de Deus. 
Abraços a todos,

Irmão Rodolpho.