sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SEUS TALENTOS

(Texto enviado por Jorge)

Os homens são diferentes em talentos e habilidades.
Um gênio em matemática talvez tenha dificuldade com língua portuguesa. Um financista brilhante pode ser um administrador de recursos humanos medíocre. A grande empresária pode falhar como mãe. Alguém que dança maravilhosamente, mas não sabe cantar. Outrem escreve com elegância, mas não consegue falar em público.
A força de uma sociedade reside na diferença existente entre seus membros. É preciso aprender a respeitar e a apreciar as opiniões alheias. Da divergência bem administrada surgem a reflexão e o aprimoramento. Tantas diferenças entre os homens resultam das opções que fizeram ao longo de suas existências.
Sendo todos dotados de livre-arbítrio pela Divindade, cada qual escolheu um caminho. Entre erros e acertos, experiências foram acumuladas e talentos desenvolvidos. Deus criou os Espíritos perfectíveis, mas não perfeitos. Assim, é natural que eles por vezes errem. Constitui tolice imaginar que alguém aprende sem nunca errar. É como esperar que uma criança ande sem jamais tropeçar e cair.
Então, o erro não é exatamente um escândalo perante as Leis Divinas. Apenas é necessário ser humilde para reconhecer o equívoco. E ter coragem para assumir a responsabilidade e reparar os danos.
Mas de todo embate, mesmo permeado de equívocos, surge a experiência. Sempre se está amadurecendo e aprendendo. Evidentemente, os equívocos devem ser reparados. Mas a criatura sempre vê acrescidos seus recursos. Muitos Espíritos atravessam séculos entre equívocos e desatinos. As violações da Lei Divina registram-se na consciência de cada ser.
Enquanto a reparação não ocorre, o Espírito permanece em desequilíbrio. Por mais que aparente tranquilidade, experimenta desconforto íntimo, fobias e bloqueios psicológicos. Mas sempre soa o instante em que, cansado de fingir e sofrer, ele resolve encarar a própria realidade íntima. Então, decide trabalhar no bem.
Dá um basta no egoísmo e se interessa pelo próximo. Vislumbra a beleza existente no adágio bíblico:
O amor cobre a multidão de pecados.
Ansioso de paz, enamora-se da prática das mais sublimes virtudes. Dotado de todos os talentos que desenvolveu ao longo do tempo, torna-se um dedicado agente do progresso. Assim agindo, repara os erros do passado e se prepara para as etapas superiores da vida imortal.
Se você deseja paz, reflita sobre o que está fazendo com seus talentos. Tudo o que você possui pode e deve ser utilizado na construção de um mundo melhor.
A fortuna pode gerar empregos, amparar a miséria e secar muitas lágrimas. A inteligência possui o condão de melhorar as condições físicas e morais do planeta.
Se você dispõe do dom da palavra, utilize-o para disseminar ideias de solidariedade e pureza. Nos círculos em que se movimenta, enalteça o trabalho, a honestidade e a compaixão. Dê exemplos de conduta reta e digna. Seja um pai responsável e amoroso, um esposo dedicado e fiel, um patrão justo e bom.
Quaisquer que sejam os seus talentos, utilize-os para promover o bem. Eles são o resultado das experiências que você viveu e constituem os recursos de que dispõe para se tornar um homem pleno de paz e bem-estar.
Pense nisso e pratique!
Texto baseado em mensagens do Momento Espírita,
Adaptado pelo Coordenador da Segunda Mesa de Estudos Espíritas
CEENC / Agosto 2013

E QUE A MISSÃO SEJA SEMPRE CUMPRIDA COM FÉ,
AMOR E CARIDADE AO PRÓXIMO!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A VERDADEIRA UMBANDA MERECE RESPEITO

(Texto enviado por Vera)
 

Escolhi um tema que muito me preocupa. Não é um debate, mas um chamado à consciência para quem não conhece ou não sabe a verdade e a realidade. Não deixem as nossas Casas de Umbanda caírem em mãos estranhas, em mãos de pessoas que não são verdadeiras na humildade, no amor e na caridade que nos tanto são falados pelas nossas entidades. Amigos, quando entra poder, desunião, inveja e dinheiro, muda tudo. E isso sempre me deixa muito triste.
Vejam o que li em um jornal a respeito da PRIMEIRA CASA DE UMBANDA!


MEMORIAL QUE VIROU PÓ
A estrutura metálica já esta pronta para receber o telhado do nosso galpão que ocupa o número 30 da Rua Floriano Peixoto, em Neves, São Gonçalo. Dentro do terreno, uma casinha aguarda a demolição marcada. Segundo o proprietário, poderia ser uma simples obra se não fosse por um detalhe: a Casa Rosa, com a pintura já castigada pelos anos , é a última testemunha do nascimento da Umbanda.
Foi no imóvel que ocupava o centro de uma chácara no inicio do século XX, que Zélio Fernandinho de Morais, então com 17 anos, dirigiu a primeira sessão da nova religião que surgia, a Umbanda. Era 16 de novembro de 1908. Nessa data, nascia a Umbanda.  A única manifestaçao religiosa 100% brasileira.
Espíritos Tristes - A demolição nos deixa muito decepcionados, pois perdemos uma referência da chegada da mesagem do Cabloco das Sete Encruzilhadas - diz Pedro Miranda, Presidente da União Espírita do Brasil, em referência à entidade que orientou Zélio a fundar a religião. A notícia também surpreendeu a Dirigente religiosa Umbandista Lucília Guimarães do Terreiro do Pai Maneco, em Curitiba – Paraná.

Na década de 90, mãe Lucília Guimarães, veio ao Rio para pesquisar as origens da religião e essa notícia partiu seu coração.
Há mais de cem anos com a família de Zélio, o imóvel onde surgiu a Umbanda foi vendido para se transformar em um depósito e uma loja. Não podemos ficar calados. Esse acontecimento que entristece o coração de todo Umbandista só aconteceu devido aos preconceitos religiosos, desunião entre os irmãos, ganância e por ser administrado por pessoas com outros interesses.
O terreiro de Zélio de Moraes, que recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, funcionou por anos em São Gonçalo.
 Outro grupo de Umbandista, vindos da Primeira Tenda, se mudou para o Rio de Janeiro para abrir uma nova sede. Primeiro, a nova casa foi aberta na Rua Borja Castro, na Praça Quinze, onde funcionou por algum tempo. Por motivo de extinção da rua para construção da perimetral, essa sede também teve que ser extinta. Foi aberta, então, uma nova sede na Avenida Presidente Vargas, a qual também foi extinta para dar lugar ao terminal rodoviário da Central do Brasil. Abriu-se então outra nova sede em frente ao Mosteiro de São Bento, a qual também foi extinta para criação de um estacionamento. Nossa história está sendo demolida.
Temos que nos unir com muita fé. A nossa Umbanda tem história, tem raízes. Vamos nos unir e mostrar a todos que a nossa religião é pautada em valores sólidos e construída com muita fé e respeito a todos. Vamos levantar nossa bandeira e levar ao mundo inteiro a BANDEIRA DE OXALÁ!


Vamos fazer valer os ensinamentos que recebemos de amor ao próximo, respeito a todos e o que realmente significa para todos nós Umbandistas: as três palavrinhas mágicas - DISCIPLINA, DISCIPLINA E DISCIPLINA.
Vamos atender ao pedido da neta de Zélio, Lygia Cunha, que preside a “Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”, que agora funciona em Cachoeira de Macacu no interior do estado. Diz ela: A Umbanda é uma religião que nasceu das misturas das crenças africana, indígena, europeia e oriental. É baseada no conceito cristão da caridade e realizada através do trabalho com espíritos caridosos e muito sábios.
Na Umbanda, o princípio e a doutrinação de seus seguidores têm como principal ponto de apoio a humildade; e é essa palavrinha tão linda que faz com que os homens se tornem irmãos voltados para um mesmo pensamento: a fé na caridade e no amor ao próximo. A humildade que a Nossa Umbanda transmite, nos ensina a amar o próximo como gostaríamos de ser amados e que fora da caridade não há salvação. A nossa Umbanda querida nos mostra a cada dia que não há diferença entre os irmãos, não existindo tipo algum de discriminação. A humildade e a aproximação de todos sem discriminação, reconhece que somos todos iguais e que quando for chegada a hora da nossa passagem – a volta à verdadeira morada - seremos recebidos pelo Pai Maior com todo amor, independente de raça, credo, cor ou nível social e econômico.
Então, amigos e irmãos, levantemos nossa bandeira, mostrando ao mundo o ensinamento do verdadeiro valor da palavra UMBANDA!
Sejamos humildes em nossa fé e jamais teremos nada a perder!
Muito AXÉ a todos!
Que Deus nos abençoe! 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

LEALDADE NA UMBANDA

Pedro declarou a Jesus:
"Mesmo que seja necessário morrer contigo, jamais te negarei!".



Conta a história que um homem com seu cavalo e seu cão caminhavam por uma estrada. E depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente.
Às vezes os mortos levam algum tempo para se dar conta de sua nova condição…
A caminhada era muito longa. Morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.
Numa curva do caminho, avistaram um portão magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça revestida com blocos de ouro. No centro dela havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
O andarilho dirigiu-se ao homem que numa guarita guardava a entrada e o interrogou:
Bom dia! - ele disse.
Bom dia! - respondeu o guarda…
Que lugar é este, tão lindo? - ele perguntou.
Isto aqui é o céu! – respondeu o guarda...
Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede. - Disse o homem.
O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte.
Meu cavalo e meu cachorro também estão com muita sede.
Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite a entrada de animais.
O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede.
Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, chegaram a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta. A porteira se abrira para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo:
Bom dia! - disse o andarilho.
Bom dia! - disse o homem.
Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
Há uma fonte naquelas pedras, podem beber à vontade, disse o homem, indicando o lugar.
O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e saciaram a sede.
Muito obrigado, ele disse ao sair.
Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
A propósito, disse o andarilho, qual é o nome deste lugar?
Aqui é o Céu! - respondeu o homem.
Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o Céu!
Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno.
O andarilho ficou perplexo.
Mas então, essa informação falsa deve causar grandes confusões, disse ele.
De forma alguma! - respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar até seus melhores amigos em detrimento de si…
O texto nos traz a grandiosidade e a importância da palavra lealdade..., mas o que seria a LEALDADE??
LEALDADE é a qualidade, a ação ou o procedimento de quem é leal.
Ser leal é ser sincero, franco e honesto. Fiel aos seus compromissos. É a consideração aos preceitos que dizem respeito à honra, à decência e à honestidade. Tem aquele que honra seus compromissos com retidão e responsabilidade.
A lealdade não está ligada apenas aos seres humanos, mas também aos animais, pois é muito clara a lealdade de um animal de estimação para com o seu dono!

Ser leal é manter-se fiel a quem está com você, independente da distância que os separa, a lealdade se mantém, se fortalece e massifica todas as relações.
No casamento, a lealdade ao cônjuge é imprescindível e a chamamos de fidelidade e cumplicidade. Na amizade também deve existir, mesmo que não haja promessa para tal. No trabalho, aumenta a produtividade, o companheirismo e melhora a relação interpessoal. Por isso, é sempre bom buscarmos ser leais na vida com TODOS, inclusive conosco mesmos!
Devemos ser leais primeiramente com nós mesmos, pois ser leal é, acima de tudo, nos aceitar, reconhecer nossas qualidades e defeitos e, em nos aceitando, passaremos a aceitar o outro também com suas virtudes e problemas.
É importante tornar-se leal para com o próximo, pois a lealdade é o respeito por si mesmo e a todos em sua volta.  A lealdade não é uma virtude fácil de ser cumprida, exige reflexão, responsabilidade, atenção, verdade e etc. É difícil, mas não é impossível!
Por vezes, por termos a certeza de que os outros irão nos perdoar alguma hora, acabamos sendo desleais com as pessoas que gostam de nós. Sempre devemos agir com cuidado e cautela, para não ferir quem está do nosso lado ou quem nos ama. Por outro lado mesmo que seja desagradável, não podemos ser desleais ao ponto de nos omitirmos por não alertarmos o erro a alguém quando virmos ser necessário. Às vezes é melhor criarmos um pequeno desconforto para evitarmos um mal maior! A pessoa leal fará isso por nós!! 
Na Umbanda a lealdade é essencial. Os médiuns umbandistas devem ser leais aos Guias e Mentores, à Casa, à Corrente Mediúnica, à Dirigente Espiritual, aos Médiuns da casa e aos Consulentes.
Os médiuns devem ter lealdade aos Guias e Mentores de nossa Casa Espiritual, pois o seu trabalho contribui de forma direta com os propósitos Divinos de ajuda aos necessitados. Devemos atender a todos os seus pedidos e recomendações durante e depois dos trabalhos. Quando na função de cambonos, devemos repassar os recados delas aos seus instrumentos da forma mais fidedigna possível, ou seja, sem tirar, nem pôr nada, nem mesmo utilizar o que achamos para descrever o que ela falou, apenas como um gravador, devemos repetir o que foi solicitado por ela. É importante sermos leais aos Guias e Mentores para não prejudicarmos seus trabalhos de caridade.     
A lealdade à Casa é representada pelas palavras de nossa Guia Espiritual Vovó Antonieta da Bahia: “O que acontece na Casa, na Casa fica!”. Devemos sempre evitar comentar sobre fatos ocorridos na Casa com pessoas alheias à corrente mediúnica, pois caso contrário estaríamos sendo desleais com a Casa e com todos os médiuns, pois a pessoa não sendo médium da Nossa Casa, pode mau interpretar seu comentário, ocasionando situações desagradáveis que poderiam ser evitadas pelo simples fato de sermos leais à Casa.
A lealdade à Corrente Mediúnica é missão de todos os médiuns da Casa, pois “se um elo da corrente estiver fraco ou deficiente, todo o trabalho pode ficar comprometido!”. Devemos ter lealdade ao participamos de uma gira, pois somos parte de um todo e o resultado final depende do trabalho e preparação individual de cada médium. Por isso é altamente importante a preparação antes, durante e depois da gira, quer seja fazendo seu preceito necessário, tomando seu banho de ervas, tendo postura e respeito com as entidades e consulentes, quer trabalhando durante a corrente. Seu trabalho durante a gira é muito importante para o grupo! Procure ser leal com todos!
A lealdade ao Dirigente é primordial, pois ele é responsável por todos os acontecimentos na Casa, tanto os materiais, quanto os espirituais. A lealdade ao Dirigente pode ser demonstrada no respeito a suas decisões e, caso ocorra algo que não agrade a um médiuns, a atitude mais leal é se dirigir e conversar sobre o fato. Toda relação de lealdade deve ser a mais transparente possível. Por isso evite problemas, fofocas e desentendimentos através de conversas esclarecedoras... Ainda em relação a um Dirigente, observemos que quando ele procura não se envolver na sua vida, não ultrapassar seus limites e não expor seus problemas, também está demonstrando lealdade para com os médiuns da Casa e isso é muito importante!
A lealdade aos irmãos é a que mais podemos demonstrar através de gestos e atitudes. Fofocas, mentiras, ausência em um compromisso assumido, seja na limpeza, na arrumação da casa para uma gira, em um evento da Casa ou na não quitação com uma obrigação ou regra da casa e etc., tudo isso não é exemplo de lealdade para com os irmãos...Todos devemos evitar!
Quando nos colocamos à disposição para a prática da caridade e do amor ao próximo, nossa responsabilidade como médiuns umbandistas se torna muito grande, pois a lealdade aos consulentes deve ser a mesma que temos à nossa tão amada Umbanda, ou seja, os necessitados devem ser muito bem tratados, com muito amor e seriedade, pois esse tratamento mostra a seriedade do trabalho desenvolvido pela Casa e a preocupação com a melhora daquele irmão que busca auxílio.
A lealdade umbandista consiste em, apesar de todas as dificuldades e obstáculos individuais, colocar-se à disposição dos compromissos e deveres assumidos. A Umbanda deve possuir médiuns compromissados em praticar a LEALDADE para com eles mesmos, para com os Guias e Mentores, para com a Casa, para com a corrente mediúnica, para com os dirigentes espirituais, para com os irmãos da Casa e para com os consulentes, fazendo assim, com que seja formado um círculo de confiança onde, imbuídos do sentimento de fraternidade que nos cerca, possamos contar com a lealdade daqueles que buscam e trabalham pela evolução.  

“Não espere lealdade de quem está sempre em busca de atenção, os leais são discretos e generosos.” (Evan do Carmo)

Beijão e abração!! Fiquem com Deus, Magalhães.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

ADVERSIDADES

(Texto enviado por Jorge)

Ela era uma garota que vivia a se queixar da vida. Tudo lhe parecia difícil e se dizia cansada de lutar e combater.
Seu pai, que era um excelente cozinheiro, a convidou, certo dia, para uma experiência na cozinha.
Tomou de três panelas, encheu-as com água e colocou cenouras em uma, ovos em outra e pó de café na terceira.
Deixou que tudo fervesse, sem nada dizer. A moça suspirou longamente, imaginando o que é que seu pai estava fazendo com toda aquela encenação.
Tudo fervido, o pai colocou as cenouras e os ovos em uma tigela e o café em outra.
O que você está vendo? Perguntou.
Cenouras, ovos e café, respondeu ela.
Ele a trouxe mais perto e pediu que experimentasse as cenouras. Ela notou como as cenouras estavam macias.
Tomando um dos ovos, quebrou a casca e percebeu que ele estava duro.
Provando um gole de café, a garota sentiu o sabor delicioso.
Voltou-se para o pai, sorriu e indagou:
O que significa tudo isto, papai?
É simples, minha filha. As cenouras, os ovos e o café, ao enfrentarem a mesma adversidade, a água fervendo, reagiram de formas diferentes.
A cenoura entrou na água, firme e inflexível. Ao ser submetida à fervura, amoleceu e se tornou frágil.
O ovo era frágil. A casca fina protegia o líquido interior. Com a água fervendo, se tornou duro.
O pó de café, por sua vez, é incomparável. Colocado na água a ferver, ele mudou a água.
Voltando-se para a filha, perguntou o homem experiente:
Como é você, minha filha? Quando a adversidade bate à sua porta, você reage como a cenoura, o ovo ou o café?
Você é uma pessoa forte, decidida que, com a dor e a adversidade, se torna frágil, vulnerável, sem forças?
Ou você é como o ovo? Delicada, maleável, casca fina que, com facilidade, se rompe. Ao receber as agruras de um desemprego, de uma falência, da morte de um ser querido ou  de um divórcio, se torna dura, inflexível? Quanto mais sofre, mais obstinada fica, mais amarga se torna, encerrada em si mesma?
Ou você é como o café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados. Quanto mais quente a água, mais gostoso se torna o café, deliciando as pessoas com o seu aroma e sabor.
Se você é como o pó de café, quando as coisas vão ficando piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.
A dor em você tem o condão de torná-la mais doce, gentil, com capacidade de melhor entender a dor alheia. Afinal de contas, minha filha, como você enfrenta a adversidade?
*   *   *
A dor pode ser comparada ao instrumental de um hábil escultor.
Com destreza e precisão técnica, ele toma de uma pedra dura como o mármore, por exemplo, e pacientemente a transforma em uma obra de arte, para encanto das criaturas.
A beleza da pedra só aparecerá aos golpes duros do cinzel, na monotonia das horas intermináveis de esforço e trabalho.
Assim como a pedra se submete à lapidação das formas para se tornar digna de admiração, somente os corações que permitem à dor esculpir sua intimidade, adquirem o fulgor das estrelas e o brilho sereno da lua.
Texto baseado em textos da Redação do Momento Espírita.
Adaptado pelo Coordenador da Segunda Mesa de Estudos Espíritas - CEENC / Julho 2013

E QUE A MISSÃO SEJA SEMPRE CUMPRIDA COM FÉ, AMOR E CARIDADE AO PRÓXIMO!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

ENSINANDO CAVALO A VOAR


Vamos dividir a palavra preocupação em duas partes: pré-ocupação. Ou seja, ocupar-se de algo antes que aconteça ou, morrer de véspera. Tentar resolver problemas que ainda não tiveram tempo de se manifestar. Imaginar que as coisas, quando chegam, sempre escolhem seu pior aspecto. Muitas vezes o desespero faz cegar os olhos às soluções simples. Para tudo há solução e, para o que não há, eis aí a solução! Há, é claro, muitas exceções. Uma delas é o herói desta pequena história:
Um velho rei da Índia condenou um homem à forca. Assim que terminou o julgamento, o condenado lhe pediu:
- Vossa Majestade é um homem sábio e curioso a respeito de tudo que seus súditos conseguem fazer. Respeita os gurus, os sábios, os encantadores de serpentes e os faquires. Pois bem. Quando eu era criança, meu avô me transmitiu a técnica de fazer um cavalo branco voar. Não existe mais ninguém neste reino que saiba isto, de modo que minha vida deve ser poupada.
O rei imediatamente mandou trazer um cavalo branco.
- Preciso ficar dois anos com este animal – disse o condenado.
- Você terá dois anos – respondeu o rei, a esta altura meio desconfiado – Mas, se este cavalo não aprender a voar, será enforcado.
O homem saiu dali com o cavalo, feliz da vida. Ao chegar em casa, encontrou toda a família em prantos.
- Você está louco? – gritaram todos – Desde quando alguém desta casa sabe fazer um cavalo voar?
- Não se preocupem – respondeu ele – Primeiro, nunca alguém tentou ensinar um cavalo a voar, e pode ser que ele aprenda. Segundo, o rei está muito velho e pode morrer nesses dois anos. Terceiro, o animal também pode morrer, e eu conseguirei mais dois anos para treinar um novo animal. Isso sem contar a possibilidade de revoluções, golpes de Estado, anistias gerais. Finalmente, se tudo continuar como está, eu ganhei dois anos de vida, e neles poderei fazer tudo o que tiver vontade. Vocês acham pouco?
 ***
Por vezes a vida nos traz momentos que parecem não ter solução. Desesperamo-nos e na ânsia de resolver algo que ainda não aconteceu, acabamos por antecipar problemas que talvez nem chegassem a se concretizar. Uma visão positiva e otimista de futuro pode mudar essa perspectiva. A confiança em você associada à fé, podem evitar que você perca seu tempo tentando antecipar possibilidades. Já ouviu a expressão “peru de Natal é que morre na véspera”? Pois é... Cada coisa tem um tempo e uma hora e nossas atitudes podem alterar o porvir. Pense nisso e aguarde o tempo certo do acontecer. Não se desespere e confie. Quem sabe amanhã não lhe reserve boas surpresas?... Se você já se tem o “NÃO”, o que te custa esperar que aconteça um “SIM”?
Pense nisso!

sábado, 5 de outubro de 2013

OS BOIADEIROS

(Texto enviado por Magalhães)

No decorrer da gira de Caboclo, o chefe do terreiro diz:  - “Jetuá Boiadeiro!”. O Ogã prepara a mão e a solta no couro do atabaque e canta:
Eu Me Chamo Boiadeiro
Boiadeiro do Sertão
Vou andando pela estrada,
Cavalgando no Sertão!!!
Salve Seu Boiadeiro do Sertão!!!
Jetuê, Jetuá
Corda de laçar meu boi...
Jetuê, Jetuá
Corda de meu boi laçar!!!
O corpo começa a estremecer, o coração bate mais forte e a força, coragem, determinação, sabedoria, seriedade e alegria tomam conta do mental e do emocional do médium que rapidamente gira, começando a dançar e a movimentar seu braço em busca do chicote. Logo vem o grito: “ÊÊÊÊ! BOIIII!!”, demonstrando a força e a energia do Caboclo Boiadeiro.
Os Boiadeiros são entidades de luz que trabalham na linha dos Caboclos (Orixá Oxóssi). Eles representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, que com seu sangue quente e a pele queimada pelo sol forte, toca seu berrante para conduzir o rebanho e se utiliza de cantigas, que expressam sua humilde vida no campo. Nos seus trabalhos nos ensinam que o principal elemento da sua magia é a FORÇA DE VONTADE que deve ser firme para que consigamos uma vida melhor e farta.
Essas entidades de luz foram vaqueiros, boiadeiros, laçadores, peões, tocadores de viola; foram os mestiços brasileiros, filho de branco com índio, índio com negro e representam a miscigenação brasileira, com os costumes, crendices, superstições e principalmente a .
Em terra, o Boiadeiro estremece o plano astral inferior e envolve as entidades de baixa vibração com seu laço, afastando-os dos médiuns e dos consulentes. Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus e, numa transição dos seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos boiadeiros.
Com amparo de Ogum seu Orixá protetor, os Boiadeiros encaminham todos esses espíritos desorientados ao domínio da Lei, que são direcionados para a busca da Evolução. Tal trabalho demonstra a caridade e o amor ao próximo dessas Entidades de Luz.
            De um modo geral, os Boiadeiros usam chapéu de couro com abas largas, para proteger-lhes do sol forte do sertão, calças arregaçadas, laços ou chicotes de couro, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. O chicote e/ou o laço são suas “Armas Espirituais”, com eles vão dissipando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e os consulentes. A corda é usada com sabedoria para laçar o “boi brabo” ou para “buscar aquele que se afasta da boiada”, ou ainda usada para “derrubar o boi para abate”.
Dentro do campo mediúnico, os boiadeiros fortalecem o médium, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores.
Os boiadeiros aprenderam um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; um pouco com os negros: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião que falam de Jesus e de Nossa Senhora, entre outras coisas. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e benzedura para todos os fins.
            São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Suas consultas são “curtas e grossas”, com a finalidade de dissipar energias inferiores, porém alguns gostam de conversar como um Preto-Velho ou podem receitar ervas como os caboclos fazem.
            Essas Entidades estão sempre alerta em qualquer alteração de energia local devido à entrada de espíritos na Gira. Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos indesejados, que entraram no local, a se retirar. Assim “limpam” a Gira para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos inferiores atendem aos Boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por Eles para locais próprios de doutrina e evolução.
            Seu dia é quinta feira. Eles gostam de bebida forte como, por exemplo, cachaça com mel de abelha, que eles chamam de “meladinha”, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo.
No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração.
            Enquanto os “caboclos índios” são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.  
            Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e educam quem prejudica um médium que ele goste.
“Gostar” para um Boiadeiro é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Pois ser Filho de Boiadeiro não é só tê-lo como cavalo.
            Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, a liberdade, o vigor e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com grande força e fé.
            Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro do Sertão, Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros.

Salve os Boiadeiros! Jetuá, Seu Boiadeiro!
Salve Seu Boiadeiro do Sertão
  

PONTOS DE BOIADEIRO

 QUEM VEM LÁ

Ô quem vem lá,
Sou eu, (3x)
Boiadeiro apareceu!! (Bis)

CORDA DE LAÇAR MEU BOI
Chetruá....chetruá
Corda de laçar meu boi,
Chetrua....chetrua
Corda de meu boi laçar. (BIS)

BOIADA DE 31
Seu Boiadeiro, cadê sua boiada (bis)
A Sua boiada é de 31,
Eu já contei 30,
E está faltando 1. (Bis)

VAQUEJADA
Eu tenho meu chapéu de couro,
Eu tenho minha guiada,
Eu tenho meu lenço vermelho,
Para tocar minha boiada.

ME CHAMAM DE BOIADEIRO

Me chamam boiadeiro
Boiadeiro eu não sou não,
Eu sou laçador de boi,
Boiadeiro é meu patrão

BOIADEIRO DO PIAUÍ
Olha quem chegou ai. (bis)
Com firmeza e alegria,
É o Boiadeiro do Piauí (bis)

BOA NOITE BOIADEIRO
Boa noite meus senhores,
Boa noite venham cá,
Eu me chamo Boiadeiro,
Em que posso ajudar.

ABRE A PORTA
Abre a porta minha mãe.
Deixa boiadeiro passar,
Ele vem de muito longe
Ele vem pra ajudar (bis)

BOIADA DE SÃO VICENTE
Boiada boa,
Boiada de São Vicente. (bis)
No meio de tanto boi,
Não achei nenhum doente.
Oi no meio de tanto boi,
Não achei nenhum doente.

ESTAÇÃO DA LEOPOLDINA
Seu boiadeiro,
Da Estação da Leopoldina,
Estava carregando gado,
Pra uma estação de Minas. (bis)
Mineiro ê,
Mineiro uai,
Seu boiadeiro,
Veio aqui pra trabalhar.

TODO PÁSSARO VOA
 (Antes de Subir)
Todo pássaro voa,
Só a ema não. (bis)
Boiadeiro vai embora,
Lá pro seu sertão. (bis)

(Após a Subida dos Boiadeiros)
Todo pássaro voa,
Só a ema não. (bis)
Boiadeiro foi embora,
Lá pro seu sertão. (bis)