Oi
pessoal,
Ontem quando cheguei no trabalho, ouvi vários colegas comentando que "os mulçumanos tinham que desaparecer do mundo, que o Islamismo é o mal da humandade" e isso acabou incomodando um pouco meus ouvidos. Não porque eu ache que o Islamismo é maravilhoso, ou ruim demais, mas porque entendo que todas as religiões merecem respeito à medida que respeitem as demais pessoas, independente da religião que pratiquem. Fiquei me questionando sobre o que esses colegas de trabalho realmente entendiam sobre a religião que falavam. Sim, porque pra criticar, precisamos entender, não é?
Esses comentários acabaram me levando pra um lugar comum, onde diversas pessoas tratam a minha religião, Umbanda, como uma "crença" ruim, baseada em alguns poucos que se dizem seguidores, que utilizam seu nome de maneira errada, prometendo aquilo que a religião não é responsável por fazer e denegrindo a imagem de uma religião de Amor e Caridade. Por esse motivo resolvi escrever algumas poucas linhas a respeito da religião Islâmica, para que tenhamos como entendê-la melhor, antes de crucificar TODOS os seus seguidores.
Sabemos
que muito vem se falando a respeito de Guerras “Relgiosas” ao redor do mundo e,
consequentemente, sobre a religião “Islamismo”. Desde sempre pregamos que todas
as religiões que tratam sobre o bem são boas e merecem, ao menos,
respeito. A Umbanda é uma religião que
constantemente é julgada por atitudes incoerentes daqueles que se intitulam seus seguidores
e sofre com julgamentos errados daqueles que desconhecem seu verdadeiro
fundamento. Por
esse motivo, acreditamos que seja de grande importância diferenciar a religião islâmica
das barbáries cometidas em seu nome.
O
islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé no início do século VII, na
região da Arábia. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por
alguns de islamita. Em árabe, Islã significa "rendição" ou
"submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade
de Deus. Há muçulmanos em quase todas as partes do mundo, inclusive nos EUA
(cerca de 6 milhões) e no Brasil (entre 1,5 milhão e 2 milhões). A maior
comunidade islâmica do mundo vive na Indonésia, e não na Arábia, como muito se
divulga.
A
religião se devota a Deus, e não ao profeta Maomé. A aceitação de um Deus único,
denominado por eles de Alá, é idêntica à de judeus e cristãos. As raízes do islamismo vêm do
profeta Abraão. O profeta Maomé, fundador do islamismo, seria descendente do
primeiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho
mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as
bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba, para onde todos os
muçulmanos se voltam quando realizam suas orações.
Não
é preciso ter nascido muçulmano ou ser casado com um praticante da religião
para seguir a religião. Também não é necessário estudar ou se preparar
especialmente para a conversão. Uma pessoa se torna muçulmana quando proferir, em
árabe e diante de uma testemunha, que "não há divindade além de Deus,
e Mohammad é o Mensageiro de Deus".
O
que vemos noticiado nas diversas mídias hoje em dia é uma quantidade maior de
terroristas muçulmanos em atividade no mundo do que cristãos ou judeus
dispostos a matar em nome de Deus. Também é verdade que certos trechos do
Alcorão, o livro sagrado do Islã, parecem um convite à intolerância, dependendo
da interpretação que se dê. Mas nada disso permite a quem quer que seja afirmar
que o islamismo é um uma religião mais chegada à violência que as outras.
Uma
minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de
interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência
contra outros povos e religiões é considerada uma forma de garantir a
sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos seguidores do
islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância. A base da
religião muçulmana não determina qualquer tipo de discriminação grave contra a
mulher. No entanto, as interpretações radicais das escrituras deram origem a
casos brutais.
Parte
da má fama do islamismo seguramente se deve também à polêmica jihad - um
conceito essencial da religião islâmica e frequentemente confundido com
"guerra santa". "O significado básico é empenho ou esforço, algo
mais ou menos como seguir o caminho de Deus com determinação". O problema
é que os radicais islâmicos interpretam “jihad” da maneira que melhor lhes
convém, para justificar ataques contra "infiéis". Esses extremistas
representam uma minoria que perverte a religião, não devendo ser representativa
do que prega a religião como um todo.
Cinco pilares do Islã – Segundo Eduardo Szklarz
FÉ - Não há outra divindade além de Deus e Maomé é seu mensageiro.
ORAÇÃO - Cinco vezes ao dia (alvorada, meio-dia, meio da tarde, crepúsculo
e noite).
ZAKAT – É a caridade compulsória, obrigação de ajudar quem precisa.
JEJUM - Do amanhecer até o pôr do sol, durante o mês sagrado do Ramadan.
PEREGRINAÇÃO - Quem é física e financeiramente capaz deve ir
a Meca uma vez por ano.
Então
amigos, não estamos tentando dizer a todos que o Islamismo é uma religião boa
ou ruim. O que entendemos é a importância de não se julgar o todo por uma
parte, assim como muitas vezes acontece com a Umbanda. É importante procurarmos
entender antes de falarmos ou julgarmos; é preciso que conheçamos os aspectos que
evolvem os seus fundamentos e a verdade daquilo que praticam. Mesmo que
entendamos não ser a melhor religião para o que nossos corações necessitam,
devemos respeitar o direito do outro seguir sem julgamentos, desde que pregue o
bem e não prejudique ninguém.
Quanto
a nós, fica aqui a tristeza de ver a humanidade passando por tantos desajustes
e a esperança de que nossas preces cheguem a todos os corações como um bálsamo
de amor e apoio para todos aqueles que sofrem. Oremos, acreditemos no melhor e
auxiliemos tanto quanto pudermos para que em um momento muito em breve,
possamos nos sentir verdadeiramente irmãos.
Chega de guerras, chega de brigas, chega de intolerância. Que entendamos o verdadeiro significado do que Jesus nos ensinou e que Cáritas, o Espírito da Verdade guie nossas consciências baseados no Amor, na Esperança e na Fé:
“...Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé...."
Prece de Cáritas
Um abraço carinhoso,
Nise.
(Baseado em Revista Veja, Revista Superinteressante e ensinamentos da Nossa Casa)