segunda-feira, 12 de agosto de 2019


CENTRO ESPÍRITA DE ESTUDOS NOSSA CASA


ABORDAGEM DO EVANGELHO: NÃO VIM DESTRUIR A LEI


TEMA: UMBANDA: COMO SURGIU?

Trata o presente texto do surgimento da Umbanda analisado com base no primeiro capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, que se refere à seguinte declaração de Jesus Cristo: “não vim destruir a lei”.

Durante a leitura do capítulo acima citado, verifica-se a presença de Três Revelações ou etapas no decorrer do desenvolvimento da Humanidade: Moisés, Cristo e o Espiritismo.

Inicialmente, tem-se os Dez Mandamentos, Leis Divinas e imutáveis, transmitidas através de Moisés para que fossem ensinadas ao povo da época. Essas Leis mudam apenas “a sua aplicação e vivência na medida da evolução da inteligência, da sensibilidade e da moral dos homens”[i]

Além dos Dez Mandamentos, Moisés estipulou, as leis civis ou disciplinares, extremamente rígidas e necessárias ao povo da época e, portanto, mutáveis.

Aproximadamente mil anos depois, com a chegada do Cristo, este assim se manifestou:

Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto. (Mateus, V: 17-18).

Da Leitura da passagem acima, compreende-se que Jesus não veio destruir o que já tinha sido ensinado e pregado, mas sim dar um sentido mais amplo à essas leis, na medida em que apresenta uma nova forma de compreensão e entendimento, através de suas palavras simples e seus atos bondosos. Jesus resumiu os Dez Mandamentos “em dois ensinamentos mais abrangentes, e não menos importantes: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. A ideia de justiça, com Moisés, agora era atualizada com a Lei de Amor.

Conforme nos ensina a Doutrina Espírita, enquanto a chamada Lei Antiga corresponde a um clamor dos homens pedindo sinais dos Céus, o Novo Testamento (Segunda Revelação), trazido por Jesus, é a resposta de Deus, dizendo que O Pai Eterno está presente ao lado de Seus filhos, e que os ama incondicionalmente”[ii].

Não obstante, Jesus, tendo em vista as limitações do povo da época, falou muitas vezes em forma de parábolas, sendo certo que para o entendimento de muitas de suas declarações e ensinamentos, fazia-se necessário o surgimento de novas ideias e conhecimentos, o que somente se conseguiria com o desenvolvimento da humanidade e da ciência. Daí o surgimento do espiritismo.

O Espiritismo, também chamado no Evangelho como a Terceira Revelação, “é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza”[iii].

Analisando as Três Revelações, mais especificamente as declarações do Cristo e os fundamentos pregados pelo Espiritismo tradicional, compreende-se que o surgimento da Umbanda segue a mesma linha de raciocínio.

Analisando os preceitos da Umbanda e o que vem sendo praticado nos Terreiros através doa anos, é certo que a mesma não veio afastar os ensinamentos e preceitos do Espiritismo, mas sim, igualmente, dedicar-se à caridade, com base no Evangelho do Cristo.

A Umbanda, união de todas as bandas, surgiu para que todos os espíritos pudessem ser ouvidos e trabalhar em prol de seus irmãos encarnados, independentemente de cor, raça, credo ou posição social.

Conforme explicado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, fundador da Umbanda, através de seu médium Zélio Fernandino de Moraes, muitos espíritos que fizeram parte da História do Brasil, como índios e negros, não podiam se manifestar nas tradicionais reuniões espíritas, por serem considerados atrasados.

E declarou, ainda, a referida Entidade de Luz: “a prática da caridade, no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no evangelho de Jesus, e como mestre supremo Cristo”[iv].

Sendo assim, da mesma forma que o Cristo veio esclarecer e complementar a “Lei”, a Umbanda surgiu como um complemento do Espiritismo, ampliando seu campo de ação, através da manipulação das energias da natureza e da possibilidade da prática da caridade por todos e para todos.



[ii] Passagem extraída do texto encontrado na página http://casadeemmanuel.org.br/nao_vim_destruir.html
[iii] Passagem extraída do texto encontrado na página https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-1-nao-vim-destruir-a-lei/as-tres-revelacoes-moises-cristo-e-o-espiritismo/
[iv] Passagem extraída do Tomo I do Centro de Estudos Nossa Casa, página 18.

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