(Texto enviado por Jorge)
Ela era uma garota que vivia a se queixar da
vida. Tudo lhe parecia difícil e se dizia cansada de lutar e combater.
Seu pai, que era um excelente cozinheiro, a
convidou, certo dia, para uma experiência na cozinha.
Tomou de três panelas, encheu-as com água e
colocou cenouras em uma, ovos em outra e pó de café na terceira.
Deixou que tudo fervesse, sem nada dizer. A
moça suspirou longamente, imaginando o que é que seu pai estava fazendo com
toda aquela encenação.
Tudo fervido, o pai colocou as cenouras e os
ovos em uma tigela e o café em outra.
O que você está vendo? Perguntou.
Cenouras, ovos e café, respondeu ela.
Ele a trouxe mais perto e pediu que
experimentasse as cenouras. Ela notou como as cenouras estavam macias.
Tomando um dos ovos, quebrou a casca e percebeu
que ele estava duro.
Provando um gole de café, a garota sentiu o
sabor delicioso.
Voltou-se para o pai, sorriu e indagou:
O que significa tudo isto, papai?
É simples, minha filha. As cenouras, os ovos e
o café, ao enfrentarem a mesma adversidade, a água fervendo, reagiram de formas
diferentes.
A cenoura entrou na água, firme e inflexível.
Ao ser submetida à fervura, amoleceu e se tornou frágil.
O ovo era frágil. A casca fina protegia o
líquido interior. Com a água fervendo, se tornou duro.
O pó de café, por sua vez, é incomparável.
Colocado na água a ferver, ele mudou a água.
Voltando-se para a filha, perguntou o homem
experiente:
Como é você, minha filha? Quando a adversidade
bate à sua porta, você reage como a cenoura, o ovo ou o café?
Você é uma pessoa forte, decidida que, com a
dor e a adversidade, se torna frágil, vulnerável, sem forças?
Ou você é como o ovo? Delicada, maleável, casca
fina que, com facilidade, se rompe. Ao receber as agruras de um desemprego, de
uma falência, da morte de um ser querido ou de um divórcio, se torna dura, inflexível? Quanto mais
sofre, mais obstinada fica, mais amarga se torna, encerrada em si mesma?
Ou você é como o café? Ele muda a água
fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu
sabor, a cem graus centígrados. Quanto mais quente a água,
mais gostoso se torna o café, deliciando as pessoas com o seu aroma e sabor.
Se você é como o pó de café, quando as coisas
vão ficando piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de
você também se tornem melhores.
A dor em você tem o condão de torná-la mais
doce, gentil, com capacidade de melhor entender a dor alheia. Afinal de contas,
minha filha, como você enfrenta a adversidade?
*
* *
A dor pode ser comparada ao instrumental de um
hábil escultor.
Com destreza e precisão técnica, ele toma de
uma pedra dura como o mármore, por exemplo, e pacientemente a transforma em uma
obra de arte, para encanto das criaturas.
A beleza da pedra só aparecerá aos golpes duros
do cinzel, na monotonia das horas intermináveis de esforço e trabalho.
Assim como a pedra se submete à lapidação das
formas para se tornar digna de admiração, somente os corações que permitem à
dor esculpir sua intimidade, adquirem o fulgor das estrelas e o brilho sereno
da lua.
Texto baseado em
textos da Redação do Momento Espírita.
Adaptado pelo
Coordenador da Segunda Mesa de Estudos Espíritas - CEENC / Julho 2013
E
QUE A MISSÃO SEJA SEMPRE CUMPRIDA COM FÉ, AMOR E CARIDADE AO PRÓXIMO!
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