(Texto enviado por Vera)
Escolhi um tema que muito me preocupa. Não é
um debate, mas um chamado à consciência para quem não conhece ou não sabe a
verdade e a realidade. Não deixem as nossas Casas de Umbanda caírem em mãos
estranhas, em mãos de pessoas que não são verdadeiras na humildade, no amor e na
caridade que nos tanto são falados pelas nossas entidades. Amigos, quando entra
poder, desunião, inveja e dinheiro, muda tudo. E isso sempre me deixa muito
triste.
Vejam o que li em um jornal a respeito da
PRIMEIRA CASA DE UMBANDA!
MEMORIAL QUE
VIROU PÓ
A estrutura metálica já esta pronta para
receber o telhado do nosso galpão que ocupa o número 30 da Rua Floriano
Peixoto, em Neves, São Gonçalo. Dentro do terreno, uma casinha aguarda a
demolição marcada. Segundo o proprietário, poderia ser uma simples obra se não
fosse por um detalhe: a Casa Rosa, com a pintura já castigada pelos anos , é a
última testemunha do nascimento da Umbanda.
Foi no imóvel que ocupava o centro de uma
chácara no inicio do século XX, que Zélio Fernandinho de Morais, então com 17
anos, dirigiu a primeira sessão da nova religião que surgia, a Umbanda. Era 16
de novembro de 1908. Nessa data, nascia a Umbanda. A única manifestaçao religiosa 100%
brasileira.
Espíritos Tristes - A demolição nos deixa
muito decepcionados, pois perdemos uma referência da chegada da mesagem do
Cabloco das Sete Encruzilhadas - diz Pedro Miranda, Presidente da União
Espírita do Brasil, em referência à entidade que orientou Zélio a fundar a
religião. A notícia também surpreendeu a Dirigente religiosa Umbandista Lucília
Guimarães do Terreiro do Pai Maneco, em Curitiba – Paraná.
Na década de 90, mãe Lucília Guimarães, veio
ao Rio para pesquisar as origens da religião e essa notícia partiu seu coração.
Há mais de cem anos com a família de Zélio, o
imóvel onde surgiu a Umbanda foi vendido para se transformar em um depósito e
uma loja. Não podemos ficar calados. Esse acontecimento que entristece o coração
de todo Umbandista só aconteceu devido aos preconceitos religiosos, desunião
entre os irmãos, ganância e por ser administrado por pessoas com outros
interesses.
O terreiro de Zélio de Moraes, que recebeu o
nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, funcionou por anos em São
Gonçalo.
Outro
grupo de Umbandista, vindos da Primeira Tenda, se mudou para o Rio de Janeiro para
abrir uma nova sede. Primeiro, a nova casa foi aberta na Rua Borja Castro, na Praça
Quinze, onde funcionou por algum tempo. Por motivo de extinção da rua para
construção da perimetral, essa sede também teve que ser extinta. Foi aberta,
então, uma nova sede na Avenida Presidente Vargas, a qual também foi extinta
para dar lugar ao terminal rodoviário da Central do Brasil. Abriu-se então
outra nova sede em frente ao Mosteiro de São Bento, a qual também foi extinta
para criação de um estacionamento. Nossa história está sendo demolida.
Temos que nos unir com muita fé. A nossa
Umbanda tem história, tem raízes. Vamos nos unir e mostrar a todos que a nossa
religião é pautada em valores sólidos e construída com muita fé e respeito a
todos. Vamos levantar nossa bandeira e levar ao mundo inteiro a BANDEIRA DE
OXALÁ!
Vamos fazer valer os ensinamentos que
recebemos de amor ao próximo, respeito a todos e o que realmente significa para
todos nós Umbandistas: as três palavrinhas mágicas - DISCIPLINA, DISCIPLINA E
DISCIPLINA.
Vamos atender ao pedido da neta de Zélio,
Lygia Cunha, que preside a “Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”, que agora
funciona em Cachoeira de Macacu no interior do estado. Diz ela: A Umbanda é uma
religião que nasceu das misturas das crenças africana, indígena, europeia e
oriental. É baseada no conceito cristão da caridade e realizada através do
trabalho com espíritos caridosos e muito sábios.
Na Umbanda, o princípio e a doutrinação de
seus seguidores têm como principal ponto de apoio a humildade; e é essa
palavrinha tão linda que faz com que os homens se tornem irmãos voltados para
um mesmo pensamento: a fé na caridade e no amor ao próximo. A humildade que a
Nossa Umbanda transmite, nos ensina a amar o próximo como gostaríamos de ser
amados e que fora da caridade não há salvação. A nossa Umbanda querida nos
mostra a cada dia que não há diferença entre os irmãos, não existindo tipo
algum de discriminação. A humildade e a aproximação de todos sem discriminação,
reconhece que somos todos iguais e que quando for chegada a hora da nossa
passagem – a volta à verdadeira morada - seremos recebidos pelo Pai Maior com
todo amor, independente de raça, credo, cor ou nível social e econômico.
Então, amigos e irmãos, levantemos nossa
bandeira, mostrando ao mundo o ensinamento do verdadeiro valor da palavra
UMBANDA!
Sejamos humildes em nossa fé e jamais teremos
nada a perder!
Muito AXÉ a todos!
Que Deus nos abençoe!
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