ANIMAIS ESPIRITUAIS?
Começo esse texto com uma
conversa que há um tempo tive com uma conhecida. Ela me perguntava sobre sua
cadelinha que havia falecido há pouco e sobre o destino que ela teria após a
sua morte.
No meu momento de
“achismo” acabei dizendo a ela a grande besteira de que os animais não continuariam
latindo, saltitantes e felizes nos campos verdes do espaço. Que seriam apenas
energia em estágio constante de transformação...
Resultado, ela começou a
chorar e eu fiquei me sentindo a pior das criaturas do mundo por fazê-la crer
em algo que eu nem tinha certeza! Ou seja, errei duas vezes. O primeiro erro
foi de responder algo sem entender realmente o que eu estava falando e o
segundo, foi de não pensar em seus sentimentos ao falar sobre alguém por quem
ela nutria um sentimento puro e verdadeiro.
Recuperada do choque de
ter causado uma catástrofe nas esperanças da minha conhecida, decidi que a
única maneira de tentar remediar a situação era aprender um pouco mais sobre os
animais para que, de uma próxima vez, eu pudesse deixar bem claro que, assim
como os cães, todos os animaizinhos merecem o céu!
Na primeira oportunidade
que tive, corri para a vovó Antonieta e falei sobre o que eu havia feito e pedi
a ela que me explicasse o que realmente acontecia com os animais ao partirem
dessa para uma muito melhor! Com toda paciência do mundo, vovó passou um bom
tempo me explicando a respeito da vida dos bichinhos e de como acontecia a sua
evolução energética!
Não acredito que vou
conseguir explicar aqui tão bem quanto ela me falou, mas de qualquer forma vou
tentar. Uso também o que os Espíritos nos ensinam através dos livros para
tratar sobre o assunto... Vamos lá!
IMPOSSÍVEL CONTER A EVOLUÇÃO
É importante saber que a
evolução do mundo mundos não pára nunca... A ciência explica através da Teoria
de evolução das espécies, que tudo que há na terra está em constante aprimoramento
e adaptação. No caso dos seres inanimados e dos animais, essa mudança é clara e
visível. Quem nunca viu os Dinossauros, que deixaram de existir para dar lugar
à novas espécies? Locais onde existiam desertos e hoje há grandes lagos, mares
e etc? Tudo está em constante mudança e crescimento.
Da mesma forma que os
animais “irracionais” e o mundo material, o homem também possui essa capacidade
de melhoramento e adaptação. Porém, por ser dotado de inteligência, suas
mudanças se realizam tanto no aspecto físico quanto no aspecto emocional. Sendo
assim, estamos submetidos às transformações de ordem física na terra, e de
ordem emocional, tanto na terra quanto no espaço.
Quando tratamos de
evolução energética, tudo aquilo que é formado de fluido vital ou energia está
englobado. Por isso, entendemos que os animais sofrem processo de melhoramento
lento e gradual, mas estão sempre se desenvolvendo assim como os homens e o
próprio mundo.
Podemos observar com
facilidade que os homens possuem algumas caraterísticas físicas que os tornam
mais fracos do que alguns animais. Vemos animais de grande força física e
habilidades incríveis das quais Deus não dotou o homem como, por exemplo, o dom
de voar, tecer teias de material próprio, visão noturna, força física extrema,
entre outras. Entretanto, Deus deu a inteligência aos homens para que eles
suplantassem a falta de habilidades com idéias e pensamentos. Dessa forma faz
com que o homem desenvolva seu aspecto emocional associado às grandes
transformações físicas necessárias para adaptação de todos os seres.
Para
que entendamos bem o que vai ser dito, é necessário entender primeiro a
diferença entre instinto e inteligência. Podemos contar com A Gênese nesse
momento. No instinto não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. Já com a inteligência, ela se revela por atos
voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade
das circunstâncias. É
incontestavelmente um atributo exclusivo da alma. A inteligência, pelo
fato de ser livre, está sujeita a errar. O instinto não tem essa oportunidade.
ALGUMAS PERGUNTAS
1.
Animais
têm espírito?
R: Tanto os homens quanto os animais são animados por fluido vital,
possuindo dentro de si algo que transpõe a vida material, que lhes dá a
características de serem animados e agirem sobre a matéria. Segundo O Livro dos
Espíritos, se denominarmos o princípio vital dos animais de alma, eles teriam
sim espírito, porém este seria de uma natureza bastante diferente do espírito
dos homens. Espírito como o do homem é um ser que pensa e age por sua livre
vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade pois não têm a consciência de
suas próprias escolhas. Ou seja, a alma de um animal não pode animar o corpo de
um homem e nem vice-versa, apesar da inteligência inerente às duas.
2.
Então
os animais são inteligentes?
R: Sim, os animais tem uma inteligência mas esta é bastante limitada. A
inteligência dos animais é a da vida material; a inteligência do homem produz a
vida moral. A inteligência dos animais é voltada para satisfazer suas vontades
físicas e garantir a preservação. Os animais não são criativos, não buscam se
melhorar. A educação que alguns deles possuem são resultado da ação do homem
sobre eles, condicionando-os e disciplinando-os até certos limites. Os animais
não progridem por si só, se abandonados à sua própria sorte, voltam a agir
conforme sua natureza. (Fonte: O Livro dos Espíritos).
3.
De
onde vem a inteligência dos animais?
R: Vem do elemento inteligente do Universo, mergulhado em fluido vital,
da mesma forma que a do homem. A diferença é que a do homem passou por uma elaboração
maior.
4.
Se
os animais não são capazes de elaborar pensamentos lógicos, como se explica que
consigam elaborar grandes obras na natureza?
R: O importante a se notar nesse caso, não são as obras que realizam, mas
a freqüência com que as melhoram. A formiga constrói seu formigueiro sempre da
mesma forma. Os passarinhos não mudam o modo de fazerem seu ninho porque surgiu
um material mais resistente. O fato se ser bem elaborado não pode ser atribuído
à sua própria inteligência, mas ao instinto primitivo do qual Deus os dotou. (Fonte:
O Livro dos Médiuns).
5.
Os
animais continuam existir após deixar o corpo físico?
R: Segundo o livro dos Espíritos, há vida independente da matéria. Como
vimos anteriormente, esses animais e aquilo que os anima são formados de fluido
vital e este não deixa de existir quando a matéria é dispensada. Os animais
conservam sua invidualidade, mas não têm consciência de sua existência após a
morte, ou seja, não sabem que estão na vida espiritual. O que fica é a energia
de cada um.
6.
Os
animais evoluem como os homens?
R: Claro. Tudo evolui. Até mesmo aquilo que não é animado, como as
pedras, a terra... Assim como os homens, nos mundos superiores os animais
também são mais adiantados, se comunicando com mais facilidade. Mesmo assim,
são sempre inferiores ao homem, sendo servidores destes. Sua evolução é forçada
e lenta, produzida por influências exteriores.
A evolução dos animais não se dá pelo seu adiantamento moral. Não existe
mundo de expiação para eles. O que existe é o progresso devido à imposição das
necessidades do mundo material. O animal não progride no espaço e na Terra,
como ocorre co os homens. Seu progresso se dá apenas em ambiente terreno, bem
material. (O Livro dos Médiuns).
7.
Os
animais têm livre-arbítrio?
R: Claro que não. Eles não funcionam como as máquinas, fazendo sempre as
mesmas coisas, mas as suas ações são coordenadas apenas pelas suas
necessidades. Não tem os mesmos deveres ou vontades que os homens. Sua
liberdade se restringe apenas à sua conservação. Se sentem fome, procuram
comida; se sentem frio, procuram abrigo; se notam o perigo, se resguardam do
mesmo... E assim por diante..
8.
Se
eles não possuem livre arbítrio, porque Deus deu a eles a inteligência?
R: Deus colocou os animais ao lado dos homens na Terra para que eles
pudessem alimentar os homens, vesti-los e ajudá-los. Deu uma porção de
inteligência porque para auxiliar, os animais precisam entender e condicionar
sua inteligência para a realização das atividades.
9.
Se
sua inteligência é tão limitada, como alguns deles parecem conversar entre si?
R: Alguns realmente se comunicam, mas não por uma linguagem formada, com
palavras e pensamentos lógicos. Sua comunicação é bastante limitada às
necessidades de sobrevivência. Eles não elaboram pensamentos, apenas utilizam
dos meios que possuem para viver em conjunto com os da mesma espécie.
Aqueles animais que tentam imitar o homem, pronunciando paravras, como o
papagaio, por exemplo, é fruto de uma aptidão de seu corpo, onde suas cordas
vocais são adequadas ao tipo de som que produzem, que facilita a atuação do
instinto da imitação.
10.
Os
animais têm sentimentos de verdade?
R: Alguns sentimentos idênticos aos dos homens podem sim existir entre os
animais. Vemos animais sensíveis e reconhecidos, vingativos, rancorosos e assim
por diante, segundo o tratamento que o homem dá a eles. Deus deu a cada animal
servidor e companheiro do homem certas qualidades de sociabilidade, que faltam
aos outros animais ainda selvagens.
Ainda, segundo André Luis explica no livro Mecanismos da Mediunidade,
afinidade e sintonia energética são elementos básicos para o relacionamento
entre os seres. Portanto, há sim o sentimento em alguns animais, mas esses são
principalmente motivados pela troca energética entre ele e o meio no qual se
encontra. Animais tratados com carinhos demonstrarão mais carinho em suas
ações. Aqueles tratados com desprezo demonstrarão menos apego aos que os
cercam.
11.
Mas
quando eu converso com meu animal, ele parece entender o que eu digo. E aí.
Pode?
R: Tanto os animais quanto os vegetais, bem como tudo que nos cerca,
estão imersos em fluido vital, que sabemos ser manipulado com auxílio do
pensamento, dos nossos sentimentos. Sendo assim, dentro desse fluido, passam a
ser sensíveis às suas modificações. Esse é o motivo de parecer, muitas vezes,
que os animais entendam quando conversamos com eles, as plantas fiquem mais
vivas quando seus donos conversam com elas, entre outras situações que
acreditamos funcionarem no tratos com a fauna e a flora.
12.
Dizem
que os animais vêm espíritos. Pode ser?
R: Sim. Alguns animais podem enxergar os Espíritos. Mas nem por isso
podemos considerá-los médiuns videntes. Sabe quando um cachorro de repente se
assusta por nada? Pois é, muitas vezes ele está vendo um Espírito (aqui
recomendo que não achem que qualquer atitude do seu animalzinho é porque sua
casa está cheias de espíritos, nem sempre é isso...).
É comum vermos cavalos empinando sem motivo aparente, burros empacados.
Essas atitudes quase sempre são resultado da ação de espíritos que se tornam
obstáculos ao seu movimento.
13.
Animais
podem ser médiuns?
R: Nunca! Os Espíritos utilizam matéria física semelhante a sua para
realizar as comunicações. O médium é um intérprete do mundo espiritual,
traduzindo em palavras e gestos humanos o que o mundo Espiritual precisa que
seja dito à humanidade. Como alguém que não fala a língua dos homens, não se
movimenta como os homens, não têm as formações energéticas semelhantes às dos
homens poderá traduzir algo para a humanidade? Impossível, não acham? Imaginem
se pedirmos a um japonês para traduzir um turista francês que tenta falar com
um brasileiro? Não dá, né gente?
14.
Os
animais reencarnam?
R: Sim. As almas dos animais só podem evoluir com a vivência no mundo
material. Portanto, precisam reviver várias e várias vezes na Terra para que
possam melhorar sua condição energética. Sua alma evolui junto com a evolução
do mundo e com o condicionamento de sua inteligência.
Apesar de sua permanência no mundo espiritual ser bastante breve, alguns
continuam na forma de energia vital, na forma de perispírito, com seu princípio
inteligente latente, quando são necessários para alguma coisa ou quando
precisam de tratamento após terem sofrido maus tratos, agressões ou doenças
quando em vida terrena.
15.
Os
animais tem carmas, resgates a cumprir?
R: De forma alguma, mesmo porque além deles não formarem pensamentos
lógicos, eles não têm livre arbítrio. O que deveriam resgatar então?
16.
Se
é assim, porque alguns animais nescem com problemas físicos que, para a maioria
dos homens, seria fruto de um resgate necessário?
R: Segundo o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, os animais possuem um
espírito evolutivo numa fase evoluída bastante inferior a dos homens. Suas
dores não servem para depurar seu caráter e ajudar em seu desenvolvimento
moral. Portanto não tem resgates a cumprir na terra. Assim, os problemas
físicos que por acaso apresentem são fruto de má formação de seu corpo físico e
nada tem a ver com outras encarnações. O bom é saber que esses animais que
passam também por dificuldades físicas estão aprendendo com experiências mais
difíceis, fazendo com que a sua vivência material seja um estágio bastante
proveitoso para a sua evolução energética.
17.
Quando
os animais com problemas físicos chegam ao mundo espiritual o que acontece?
R: Segundo relatos da vovó Antonieta e da Dra. Irvência Prado, os animais
ao chegarem ao espaço, são assistidos por espíritos que tem por missão cuidar
deles. A Folha Espírita (dez. 1992) descreve que um zoólogo e sociólogo chamado
de Konrad Lorenz continua trabalhando, no plano espiritual, recebendo com
carinho e atenção, animais desencarnados.
Há vários tipos de atendimento para os animais desencarnados, dependendo
da situação, especialmente para os casos de morte brusca ou violenta,
possibilitando melhor recuperação de seu perispírito. Existem ainda instalações
e construções adequadas para o atendimento das diferentes necessidades.
18.
Como
o Espiritismo enxerga o sacrifício de animais que passam por dores físicas
intensas?
R: A eutanásia nos animais não pode ser analisada da mesma forma como nos
homens. Tendo o sacrifício dos animais um fim útil, não sendo para satisfazer
desejos insanos (como, por exemplo, as brigas de galo, os clubes de caça etc.),
não pode se configurar em delito.
Quando ficam doentes, os animais não sofrem no sentido em que normalmente
se entende o sofrimento. No homem, o sofrimento funciona como um depurador de
suas imperfeições, estimulando seu desenvolvimento moral. O animal não tem vida
moral e por isso suas dores são apenas físicas. A eutanásia deve ser o último
recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo. Se o
animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual
não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que
precisa tomar a decisão. Portanto, o sacrifício dos animais em fase terminal de
doença não constitui uma infração à lei. Mas se esse ato trouxer dor e remorso
para quem o faz ou o autoriza, melhor não praticar e esperar a morte
naturalmente.
19.
Os
animais têm anjo da guarda?
R: Eles têm espíritos responsáveis por acompanhar grupos de animais.
Conforme vão se depurando, o cuidado vai sendo mais restrito ao ser
individualizado.
20.
Os
espíritos reencarnam próximos àqueles por quem têm afinidade?
R: O Espírito Álvaro responde que sim. Existe uma atração entre os
animais, tanto naqueles que formam grupos como naqueles que reencarnam
domesticados. Eles procuram colocar juntos espíritos que já conviveram, o que
facilita o aparecimento e a elaboração de laços afetivos.
21.
Podemos
dizer então que somos a reencarnação de um animal?
R: Não. Somos frutos da depuração energética de uma série de fluidos
vitais que sofreram evolução e adaptação ao longo de suas passagens pelos
mundos terrenos. Parte da energia que nos forma é fruto do fluido energético
que um dia já animou e permitiu a existência de outras qualidades de vida.
Nos seres primitivos da criação o princípio inteligente se elabora, se
individualiza pouco a pouco. A vida primitiva é como um trabalho preparatório,
onde há a transformação do princípio inteligente primitivo em ser realmente
elemento realmente pensante. É nesse momento que se inicia para o Espírito o
período de ser humano e a consciência do seu futuro, a distinção do bem e do
mal e a responsabilidade dos seus atos.
O seu cachorro não será um homem amanhã. Mas a energia que o forma, ao
ser depurada, passará a compor o Espírito de um ser humano, mesmo que isso
demore séculos e séculos.
22.
Se
é assim, podemos dizer que se eu fizer uma regressão a vidas passadas eu posso
me lembrar de um estágio primitivo de criação?
R: Da mesma forma que não podemos nos lembrar da vida de embrião e de
feto, não estamos habilitados a nos lembrar dos elementos que nosso princípio
vital já pôde animar antes de nascermos humanos.
23.
Eu
posso trazer características que me aproximem dos meus elementos primitivos?
R: Pode ser que nos estágios primitivos de vida, o espírito habite corpos
materiais que ainda tragam resquícios dos elementos dos quais foram resultados,
mas com a depuração da matéria essas características vão se perdendo, se
eliminando com o fortalecimento de seu livre arbítrio.

De tudo, o bom é a certeza que nesse
assunto, vou tentar não errar mais!
Um grande beijo a todos, com amor,
Nise.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribuições feitas com o coração são bem vindas!