sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

OUVIDOS DA ALMA - ESPECIAL DE NATAL


O fato é narrado por uma mulher que vivia nas colinas da Escócia. Era inverno, próximo ao Natal.
Roberto, o marido, era ferreiro. Ela, mãe ocupada, cuidava dos quatro filhos.
O menor era o que lhe dava maior preocupação. É que o garoto era surdo. Ela ficara muito doente durante a sua gestação e o menino nascera com aquela deficiência.
De resto, era esperto e depressa aprendeu a ler. Para manter a conversação com a mãe e os irmãos, André se servia de gestos e, como aos cinco anos já sabia escrever muitas palavras, usava papel e caneta para expressar aquilo que não conseguiam entender por seus gestos.
Naqueles dias, próximos ao Natal, o marido foi chamado para prestar serviços em uma fazenda distante e ela ficou só com as quatro crianças.
A tempestade veio e durou dias. A caixa de lenha ao lado do fogão começou a ficar vazia.
Na quase véspera do Natal, Elizabeth agradeceu a Deus pela colheita do verão ter sido boa, pelas compotas terem dado certo e pela boa caça do seu marido. Assim, eles teriam o suficiente para se alimentarem até acabar aquele inverno ingrato.
Mas a lenha acabou. Ela reuniu os quatro filhos, calçaram e se agasalharam bem e saíram quando o tempo deu uma trégua.
Os pequenos Mary, Alice e André brincavam entre as árvores, felizes por estarem fora de casa. Corriam de um lado para outro, enquanto ela e o filho maior, de 15 anos, cortavam troncos em pedaços pequenos e colocavam no trenó.
Num piscar de olhos, o tempo mudou. O vento soprou forte e a neve caiu violenta. Ela conseguiu encontrar as duas meninas mas não o pequeno André. Por mais que chamasse, ele não a ouviria. Era surdo.
Voltaram para casa a fim de não congelarem. As horas angustiosas passaram lentas. Quando a tempestade acalmou, ela se preparou para ir procurar o menino.
Estaria vivo? Teria caído, cego pela tempestade, em algum penhasco?
Então, alguém bateu na porta. Era o pequeno André, sorridente.
Entre gestos e escritos no papel explicou que logo que a tempestade começou, ficou agachado atrás de um tronco.
Depois, escreveu que ouviu chamar o seu nome: André. Foi até onde a voz vinha e não tinha ninguém.
Então ouviu de novo: Venha, André, venha para casa.
Continuou caminhando, seguindo a voz, embora não visse ninguém. E assim foi até chegar em casa.
Então a mãe caiu de joelhos, abraçou seu tesouro e agradeceu a Deus por ter enviado um mensageiro Seu, aquela voz para guiar o seu filho.
Uma voz que não vinha do mundo exterior, mas que se fez ouvir na alma do pequenino André. A voz dos invisíveis.
*   *   *
O Natal é uma época de esperança, de confiança e de fé. É uma época de acreditar no invisível e em maravilhas que o Divino Pai nos proporciona.
Uma época em que os Mensageiros de Deus cantam, falam e os surdos ouvem as Suas vozes.
Natal é o momento em que a Terra toca os céus, aquieta os seus gritos para ouvir o excelso canto da esperança.
Jesus nasceu em Belém. A esperança se renova. Comemoremos.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

É MAIS GRATIFICANTE - ESPECIAL DE NATAL


Paul ganhou de seu irmão, como presente de Natal, um automóvel novo.
No dia de Natal, quando Paul saiu de casa, percebeu que um moleque de rua estava andando em volta de seu brilhante carro zero, admirando-o.
Este carro é seu? Perguntou o menino.
Paul confirmou com a cabeça. Meu irmão me deu de presente no Natal.
O garoto estava maravilhado. Quer dizer que seu irmão deu a você e você não gastou nada? Cara, eu queria...
Paul julgou saber como o garoto completaria a frase. Por certo iria dizer que queria um irmão como o dele.
Mas o que o moleque disse deixou Paul perplexo.
Eu queria, continuou o garoto, poder ser um irmão assim.
Paul olhou para o garoto surpreso e, impulsivamente, lhe perguntou: Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?
Sim, eu adoraria.
Depois de uma voltinha, o menino virou-se e, com os olhos resplandecentes disse: Você se importa de passar em frente à minha casa?
Paul sorriu consigo mesmo, pensando que sabia exatamente o que o moleque queria. Certamente desejava mostrar aos vizinhos que podia voltar para casa num carrão.
Mas Paul se enganara outra vez.
Você dá uma paradinha ali onde estão aqueles dois degraus? Pediu o menino.
O garoto saiu do carro e subiu os degraus correndo. Logo, Paul o viu voltando. Mas não estava mais andando rápido, estava carregando seu irmãozinho paralítico.
Fê-lo sentar no degrau de baixo e, abraçando-o com força, mostrou o carro.
Lá está Buddy, exatamente como eu contei lá em cima! O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e isso não lhe custou nem um centavo.
Algum dia eu vou dar a você um como este... Daí, você vai poder ver, por você mesmo, as coisas bonitas. As vitrinas enfeitadas no Natal, as ruas e árvores iluminadas, as belezas enfim, sobre as quais eu tenho tentado contar a você.
Paul saiu do carro, pegou o garotinho no colo e o colocou no banco da frente, a seu lado.
O irmão mais velho, com olhos brilhantes, sentou-se ao lado dele e os três começaram um inesquecível passeio de Natal.
Naquele momento, Paul compreendeu que é mais gratificante dar...]
Uma história, uma lição...
Nesses tempos de tanto egoísmo, de individualismo e indiferença para com o sofrimento alheio, vale a pena refletirmos um pouco sobre esses pequenos gestos, que tanto engrandecem o homem.
Nesses tempos em que as criaturas estão ávidas por ter, e ter cada vez mais, vale pensarmos em conjugar o verbo ser.
Ser atencioso, ser caridoso, ser afetuoso, enfim, romper a concha do egoísmo e descobrir na doação aos semelhantes, a alegria de viver.
Pense nisso!
Diz um sábio provérbio chinês:
Se há luz na alma, haverá beleza na pessoa.
Se há beleza na pessoa, haverá harmonia no lar.
Se há harmonia no lar, haverá ordem na nação.
Se há ordem na nação, haverá paz no mundo.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita

DESPRENDENDO-SE - ESPECIAL DE NATAL


Bonnie foi internada duas semanas antes do Natal, para uma cirurgia e estava muito preocupada. Além dos quatro filhos para cuidar, ela pensava nas compras, presentes e enfeites a providenciar.
Quando abriu os olhos, após a cirurgia, olhou ao redor e viu algo semelhante a uma floricultura.
Buquês de flores se enfileiravam sobre o parapeito da janela. Cartões se empilhavam sobre a mesinha de cabeceira.
O marido lhe disse que os amigos haviam preparado refeições para a família e se ofereceram para cuidar das quatro crianças.
Mais flores, disse a enfermeira, entrando no quarto e interrompendo os pensamentos da convalescente.
Acho que vamos ter de mandar a senhora para casa, disse sorridente. Não temos mais espaço aqui.
 Enquanto Bonnie lia os cartões, ouviu alguém dizer:
Gostei das flores.
Era a companheira de quarto. Uma mulher de mais ou menos quarenta anos, portadora de Síndrome de Down.
Ginger gostava de falar e não se cansava de dizer que estava ali para que o doutor desse um jeito no seu pé. Contou que morava em companhia de outras pessoas e desejava voltar a tempo para poder participar da festa de Natal.
Enquanto Ginger foi para a cirurgia, Bonnie ficou olhando o quarto. O seu lado estava florido. O outro lado, nada. Nenhum cartão, nenhuma flor.
Vou oferecer a ela algumas de minhas flores, pensou.
Foi até a janela e escolheu um arranjo de flores vermelhas. Mas, recordou que o arranjo ficaria muito bonito em sua mesa de Natal.
E continuou encontrando desculpas: as flores estão começando a murchar... A amiga que ofereceu ficaria ofendida... Poderia enfeitar a casa com aquele arranjo...
Resultado: ela não conseguiu se desfazer de nenhuma. Voltou para a cama e pensou que, no dia seguinte, quando a loja abrisse, iria pedir para que entregassem algumas flores à companheira.
Ginger voltou da cirurgia e uma funcionária do hospital lhe trouxe uma guirlanda verde de Natal, com um enfeite vermelho, colocando-a pendurada acima da sua cama.
No dia seguinte, a enfermeira retornou para dizer a Ginger que ela iria para casa.
Ela ficou feliz. Arrumou os seus pertences enquanto Bonnie se entristeceu. A floricultura do hospital só iria abrir dali a duas horas.
Será que ela deveria oferecer uma das suas flores?
Ginger se sentou na cadeira de rodas para ser conduzida pela enfermeira. Mas, apanhou a guirlanda verde, aproximou-se de Bonnie e, levantando-se com certa dificuldade, a abraçou, deixando o enfeite em seu colo.
Bonnie não conseguiu dizer nada. Segurou a pequena guirlanda nas mãos, com os olhos úmidos. O único presente de Ginger e ela o tinha oferecido.
Então ela entendeu que Ginger possuía muito mais coisas do que ela mesma.
*   *   *
Há muita gente escravizada ao que não tem e muita alma livre do que possui.
Verifique onde você se enquadra e busque se transformar em anjo da ação bem dirigida, convertendo o que lhe chegue às mãos em bênçãos e alegrias mantenedoras da vida.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

DAS MIGALHAS, O PÃO - ESPECIAL DE NATAL


Com apenas seis anos, Beatriz Martins decidiu que sua missão seria ajudar o próximo e fazer a corrente do bem se multiplicar.
Um dia, passeando de carro com a família, parou em um semáforo e viu crianças, como ela, pedindo balas para os motoristas.
Chocada, não conseguiu entender as diferenças sociais entre ela e aquelas crianças.
Elas estavam com roupas rasgadas.
Perguntei ao meu pai por que estavam daquele jeito, relembra Bia, inconformada com a cena.
O pai, dedicado, deu a ela algumas explicações sobre as diferenças sociais.
Mesmo assim, eu continuava não entendendo, achava uma injustiça, disse a menina.
A cena não saiu da sua cabeça. Ela queria ajudar.
Apesar de não saber como isso poderia ser feito, passou quatro meses guardando toda bala, pirulito ou doce que ganhasse.
Quando chegasse o natal, o plano era distribuir todos os doces na comunidade daquelas crianças do semáforo.
Surpreso com a atitude da filha, o pai chamou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar para recolher donativos.
No Natal daquele ano, atendemos seiscentas crianças, lembra Bia.
Ela ainda não sabia, mas tinha acabado de fundar sua ONG.
Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a menina também entrou em ação, alcançando mais duas mil crianças em todo o Estado de São Paulo.
Não demorou muito para a iniciativa ganhar nome – Olhar de Bia – e se consolidar.
Nos dias atuais, com treze anos e articulada como gente grande, Bia não para de multiplicar a corrente.
Ampliou sua assistência para além das comunidades, e passou a fazer ações em escolas e creches.
Em dezembro do ano de 2013, enviou doações para as vítimas das fortes chuvas do Espírito Santo, que deixaram mais de sessenta mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.
Somente no Natal de 2013, vinte e dois mil, cento e oitenta e sete itens, entre brinquedos, alimentos, aparelhos eletrônicos, roupas e livros foram distribuídos.
A gente não faz só a ação, é um evento com trio elétrico, mágicos, brinquedos infláveis, tudo com voluntários, conta a garota.
Em sete anos, o Olhar de Bia informa ter atendido mais de cem mil brasileiros.
As pessoas querem ajudar, não sabem como, e sempre vão deixando essa vontade para depois, afirma.
A garotinha, que já foi deputada federal mirim em Brasília, sonha em ser jornalista e lutar pelas causas sociais.
Agora, ela quer mais. Pretende oferecer cursos profissionalizantes para jovens, criar parcerias com outras organizações para levar assistência odontológica a escolas da periferia e construir uma sede para a ONG.
A ideia é espalhar a sementinha, ajudando cada vez mais.
*   *   *
Um gesto de caridade
Apaga muitas feridas
Um minuto de evangelho
Pode salvar muitas vidas.

De gotas d’água o ribeiro
É a doce e clara união
De segundos faz-se o tempo
De migalhas faz-se o pão.

Redação do Momento Espírita

O BERÇO DE JESUS - ESPECIAL DE NATAL


Ao se estudar as origens de alguns símbolos do Natal, referimo-nos a Francisco de Assis como o criador do presépio.
Antes dele, o presépio fazia parte dos hábitos da época de festas natalinas nas catedrais romanas e em outras localidades.
Contudo, o pobrezinho de Assis fez algo muito especial naquele dezembro de 1223.
Ele foi a um lugar de retiro, distante cinquenta quilômetros de Assis, perto de Greccio. Ali se hospedou com alguns frades.
Pedindo o auxílio de um nobre da cidade, preparou um significativo memorial de Natal.
Reportando-se ao Evangelho de Lucas, no Novo Testamento, que narra o nascimento de Jesus em uma manjedoura e, a um versículo do Velho Testamento, que se refere a que o boi conhece seu dono, e o jumento conhece a manjedoura de seu patrão, ele idealizou a cena.
Pediu que fossem trazidos animais e os amarrou próximos a um casal local com seu filhinho. Eles representavam José, Maria e o Menino Jesus.
Como os Evangelhos se referem a magos e pastores, Francisco pediu a alguns frades que os representassem.
E, assim, naquela véspera de Natal do ano de 1223, Greccio se tornou uma nova Belém.
A pregação de Francisco, na noite iluminada por velas e tochas, foi sobre a humildade e a pobreza de Jesus.
Ao contrário da tônica severa das pregações medievais, ele falou da doçura de Jesus.
Era a mensagem de que Ele Se oferece para nascer no coração de cada homem, a cada dia.
Era a grande evocação ao nascimento do Ser mais perfeito que a Terra já conheceu.
Jesus não era o remoto fundador de uma grande religião. Ele viera para lecionar o amor, amando aos Seus irmãos, vivendo com eles, sofrendo-os e auxiliando-os.
Trazia Francisco, com aquela dramatização, a mensagem de uma nova forma de oração que se concentrava no nascimento de Jesus, Sua vida e Sua morte.
Findo o culto religioso da noite, Francisco ajudou o nobre a servir um banquete a todos os convidados. Para os animais, uma porção dupla de feno e aveia. Para os pássaros, do lado de fora, grãos foram lançados.
O amor de Jesus, personificado no Seu arauto de Assis, não esquecia criatura alguma. Todos eram irmãos. Todos criaturas de Deus, modeladas pelo amor do Pai.
Aquela comemoração, para Francisco, não era uma peça sentimental de teatro, mas a representação simbólica de algo que pode e deve ocorrer todos os dias: o nascimento de Jesus nos corações daqueles que o desejarem.
Ele trouxe o acontecimento do passado para o presente. Usou pessoas comuns em lugares comuns, com suas próprias roupas, para a dramatização.
Tudo isso para dizer que Jesus não era uma personalidade distante, nascida em um local distante. Era o amor presente na vida de cada um dos seres para os quais Ele viera.
Foi a partir dessa noite que a tradição do berço de Natal, da manjedoura, passou a ser uma das imagens religiosas mais conhecidas em todo o mundo, sendo reproduzida em telas, esculturas, impressa ou gravada, sempre com talento e emotividade.
Pensemos nisso e ofertemos o nosso coração a Jesus como a manjedoura mais doce e mais terna para o Seu nascimento em nós.
Porque... é Natal outra vez!
Redação do Momento Espírita

LISTA DE PRESENTES - ESPECIAL DE NATAL


Quando se aproxima o final do ano, costumamos fazer algumas listas que têm o objetivo de nos auxiliar a cumprir com os compromissos aos quais nos propusemos no decorrer do ano e que acabamos deixando para trás.
Nelas estão incluídas as promessas que fizemos e nem sequer nos movemos no sentido de cumpri-las. Lista de tarefas profissionais que foram inúmeras vezes deixadas em último lugar.
Lista de compromissos sociais diversas vezes adiados.
E, com a proximidade do Natal, vem também a lista de presentes.
Então, nos esmeramos na compra de lembranças e mimos para os familiares e amigos, em um gesto simbólico de comemoração do aniversário de nosso querido amigo Jesus.
Movidos pelo sentimento de caridade que nos envolve mais intensamente, nesta época do ano, muitos oferecemos lembranças àqueles menos favorecidos e aos desamparados.
Na ansiedade de não esquecer nenhum de nossos afetos, verificamos inúmeras vezes nossa lista.
Mas, num gesto de reflexão, poderíamos incluir em nossas anotações uma lista do quanto nos fizemos presentes na vida de todas as pessoas que nos cercam.
Com certeza constataríamos o quanto ofertamos de nós mesmos às pessoas que estimamos e também àquelas que, mesmo sem conhecermos muito bem, podem ter precisado de nós em algum momento.
Paremos para pensar o quanto nos fizemos presentes na vida de nossos filhos.
Se ainda crianças, reflitamos por quantas vezes estivemos ao lado deles brincando, dando-lhes bons exemplos, ensinando-lhes as verdades e também as coisinhas mais simples e importantes da vida.
Como observar e respeitar a natureza; ou oferecer um cumprimento sincero e afetuoso às pessoas.
Quantas vezes lhes ofertamos abraços carregados de afeto e dissemos a eles que os amamos?
O trabalho, a louça suja, a casa desarrumada podem esperar. A infância não, essa passa em um piscar de olhos e não volta mais.
Oferecemos aos nossos filhos jovens e aos nossos pais o presente da companhia desinteressada, do apoio nos momentos que precisaram?
Quantas vezes os incluímos em nossos planos diários? Telefonamos para eles apenas com o intuito de saber como estavam passando?
Aos amigos, oferecemos o presente da amizade sincera?
A prática da verdadeira caridade fez parte de nossos projetos?
Não sabemos o quanto nos demoraremos nesta existência, se teremos uma vida breve ou longa. Procuremos então não adiar esses verdadeiros presentes que somos capazes de oferecer ao nosso próximo.
As lembrançasque podemos comprar também têm o seu valor, e todos gostamos de recebê-las, pois demonstram carinho, afeto e gratidão.
Mas nada disso tem sentido se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes, a palavra que compreende, o olhar que conforta, o silêncio que respeita, a presença que acolhe e os braços que envolvem podem ter um valor imensamente maior do que qualquer presente material que ofertemos.
São essas atitudes que dão sentido à vida e fazem com que ela seja mais intensa, leve e feliz.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

AINDA O AMOR - ESPECIAL DE NATAL


Nos dias que vivemos, muito se ouve falar a respeito do amor. Suspiram os jovens por sua chegada, idealizando cores suaves e delicados tons.
Alguns o confundem com as paixões violentas e degradantes e, por isso mesmo, afirmam que o amor acaba.
Entretanto, o amor já foi definido pelos Espíritos do Bem como o mais sublime dos sentimentos. Reveste-se de tranquilidade e confere paz a quem o vivencia.
Não é produto de momentos, mas construção laboriosa e paciente de dias que se multiplicam na escalada do tempo.
Narra o famoso escritor inglês Charles Dickens que dois recém-casados viviam modestamente. Dividiam as dificuldades e sustentavam-se na afeição pura e profunda que devotavam um ao outro.
Não possuíam senão o indispensável, mas cada um era portador de uma herança particular.
O jovem recebera como legado de família um relógio de bolso, que guardava com zelo. Na verdade não podia utilizá-lo por não ter uma corrente apropriada.
A esposa recebera da própria natureza uma herança maravilhosa: uma linda cabeleira. Cabelos longos, sedosos, fartos, que encantavam.
Mantinha-os sempre soltos, embora seu desejo fosse adquirir um grande e lindo pente que vira em uma vitrina, em certa oportunidade, para os prender no alto da cabeça, deixando que as mechas, caprichosas, bailassem até os ombros.
Transcorria o tempo e ambos acalentavam o seu desejo, sem ousar expor ao outro, desde que o dinheiro que entrava era todo direcionado para as necessidades básicas.
Em certa noite de Natal, estando ambos face a face, cada um estendeu ao outro, quase que ao mesmo tempo, um delicado embrulho.
Ela insistiu e ele abriu o seu primeiro. Um estranho sorriso bailou nos lábios do jovem. A esposa acabara de lhe dar a corrente para o relógio.
Segurando a preciosidade entre os dedos, foi a vez dele pedir a ela que abrisse o pacote que ele lhe dera.
Trêmula e emocionada, a esposa logo deteve em suas mãos o enorme pente para prender os seus cabelos, enquanto lágrimas significativas lhe rolavam pelas faces.
Olharam-se ambos e, profundamente emocionados descobriram que ele vendera o relógio para comprar o pente e ela vendera os cabelos para comprar a corrente do relógio.
Ante a surpresa, deram-se conta do quanto se amavam.
*   *   *
O amor não é somente um meio, é o fim essencial da vida.
Toda expressão de afeto propicia a renovação do entusiasmo, da qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.
*   *   *
O amor tem a capacidade de estimular o organismo e de lhe oferecer reações imunológicas, que proporcionam resistência para as células, que assim combatem as enfermidades invasoras.
O amor levanta as energias alquebradas e é essencial para a preservação da vida.
Eis porque ninguém consegue viver sem amor, em maior ou menor expressão.
Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

QUEM DEMANDA NÃO É A UMBANDA!


Oi gente,
Estava lendo um texto num outro site e resolvi escrever um pouco sobre o assunto (depois cito onde estava lendo pra quem quiser dar uma olhadinha).
Então, a vovó Antonieta, lá no Centro costuma dizer: - “Viver é fácil, saber viver é que eu quero ver...”! E isso é bem verdade mesmo... A gente tem costume de procurar cabelo em casca de ovo, criando confusões pra nós mesmos termos que resolver... Mas o pior não é isso... O pior é quando a gente julga nossas más escolhas como culpa dos outros, ou melhor, como culpa do Além...
Parafraseando nossa Dirigente, digo que “Ninguém morre de Santo! Ninguém quando morre, tem na sua certidão de óbito escrito assim: Causa Mortis – SANTO.”  Mas se você for verificar, muitos dos próprios médiuns que frequentam Templos Umbandistas e as Casas Espíritas em geral, têm por costume culpar o mundo Espiritual por muitas das enrascadas que se se encontram. Nos preocupamos tanto em achar um motivo para nossos problemas, que por muitas vezes esquecemos de lembrar que a causa de quase todos eles está muito próxima: em nós mesmos.
Sabemos que existe o Carma/Karma, mas precisamos estar atentos para não acharmos que todas as picuinhas pelas quais passamos são problemas de vidas passadas ou de algum Espírito que dedica seu tempo exclusivamente a nos prejudicar. A causa pode ser, e provavelmente é, consequência de atitudes desta vida e, sendo assim, a mesma pode ser sanada a qualquer momento, sem dificuldades. Geralmente apenas mudanças de atitude e ponto de vista são suficientes para cessá-la. Não necessariamente tem um Espírito dedicado apenas a perturbar a nossa vida e fazer tudo dar errado para nós.
É importante também entender que ninguém precisa ser santo para que a vida dê certo... Estamos todos passíveis a erros e tropeços e, por isso mesmo, estamos na Terra de Expiações. De outro modo, não precisaríamos viver aqui, não é mesmo? O importante é reconhecer o erro e agir para modificar a raiz do problema... Então, a culpa não precisará ser carregada como uma mochila pesada que nos atrapalhará a caminhada. Precisamos sim, vigiar as atitudes para que não façamos ao próximo o que não desejamos a nós mesmos... Dessa forma, as energias positivas advindas de amizades verdadeiras, fidelidade, amor e de outros laços afins farão com que haja cada vez menos demandas no nosso dia a dia.
Nem a culpa nem os bens materiais que conquistamos na Terra a cada encarnação são empecilhos para nos livrarmos de problemas. Deus não pretende que nós abramos mão de todos os bens materiais que lutamos para conquistar com honradez, mas espera que não os pesemos mais do que as boas ações e boas atitudes. Se agimos erradamente com alguém para obter qualquer vantagem, a vida se encarrega de devolver o bem a quem é de direito. Não precisa ser um “trabalho feito”, uma “macumba”, uma “reza braba” ou qualquer outro tipo de artifício para fazer com que cada um tenha o que merece. Não é castigo, é causa e consequência! Façamos o favor de não culparmos a espiritualidade por erros próprios.
Essa questão das demandas, na minha opinião, se me permitem colocar aqui, está muito ligada ao que prega o Taoísmo... Tudo é uma questão de equilíbrio. O sofrimento é resultado da luta de cada um contra o curso do Universo. É como se estivéssemos remando contra a maré. Não que todos tenham que praticar as mesmas ações, acreditar nas mesmas coisas e pensar da mesma forma. Mas as verdades universais sobre o bem e o mal são verdades eternas e nada as mudará. Mais ou menos do jeito que aquela frase famosa diz: “Não é porque todos fazem o errado, que ele passa a estar certo e nem porque ninguém faz o certo, que ele vira errado”. O bem, é bem pra todo mundo e o mal é mal pra todo mundo... Estarmos em equilíbrio com nosso coração e termos a cabeça tranquila de não estarmos prejudicando ninguém também evitam problemas em nossas vidas.
O que realmente tento entender é esse costume que o Umbandista tem de dizer que se fulano sair do Centro, largar a Umbanda ou se afastar da Espiritualidade é “tombo na certa”... COMO ASSIM, GENTE!? Desde sempre, me ensinaram lá no nosso Centro que Deus é perdão e benevolência. Se a Umbanda que praticamos é uma religião Divina, como imaginarmos que seremos castigados por um afastamento? Seria como se as energias da natureza se rebelassem contra nossas atitudes... Sei lá... Isso me parece meio Mitologia Grega, onde os Deuses guerreavam com raios, trovões, tempestades e tudo mais... Não me acho tão importante assim para que isso aconteça.
Penso que se minha vida, após sair de uma Casa Espírita, começar a dar errado, não será culpa do Centro, mas apenas minha. Das escolhas que eu mesma fizer ao longo do meu caminho. Deus está em todos os lugares e com certeza não ficaria “chateado” comigo se eu utilizasse “outro número” para fazer uma “ligação” pra Ele, caso eu mudasse de endereço... Não mandaria cortar minha linha ou cancelar meu aparelho... Com certeza atenderia minha ligação, mesmo que nessa nova linha encontrasse mais ruídos causados pela distância.
Então, irmãos Umbandistas, vamos procurar explicar às pessoas que Deus não vai castigar... Não vai haver mais problemas na sua vida se você não estiver num Centro Espírita. Que Deus não está interessado em saber como vai chegar perto dele, somente quer que você caminhe em Sua direção. A Umbanda é amor, é paz, é bem e é perdão... É um dos caminhos para compreender a bondade divina, mas não é o único. Se há demandas em nossas vidas, é por culpa de nossas atitudes e não por culpa dos Espíritos. Os Guias, Mentores e Espíritos de Luz não têm obrigação e nem o direito de andar com nossos pés. Ninguém vai produzir um milagre na sua vida sem a sua busca por esse milagre. Se vigiarmos e orarmos, como Jesus nos ensinou, com certeza alcançaremos o equilíbrio e poderemos enfim, culpar a pessoa certa pelos problemas que encontrarmos... NÓS MESMOS!
Pensem nisso!
Com amor,
Nise.

(Texto escrito por Nise a partir da leitura de outro de autoria de Auréa de Oliveira e publicado no site: http://pretovelhonaumbanda.blogspot.com.br/2014/08/auto-demanda.html)