Hoje queria falar sobre um assunto que considero bastante interessante.
Toda vez que leio uma determinada revista de “fofocas de artistas”,
quando chego ao final, não me contenho em folhear os classificados que ficam
nas últimas folhas. Lá encontro aqueles anúncios sobre a pessoa milagrosa que é
capaz de trazer o amor até em três horas.
Como assim três horas? Nem a viagem Rio-São Pedro a gente faz mais em
três horas... Que pretensão...
Inicialmente eu achava até engraçado observar as inúmeras vantagens
oferecidas pelos anúncios, com itens mágicos capazes de realizar coisas que até
o Mister M duvidaria... Alguém já ouviu falar sobre a tal da purpurina da
amarração? Pois é...
Não sei se vocês já ouviram sobre um famoso personagem que se diz "Pai de Santo" que se intitula: O Fenômeno;
Babalorixá do momento... Pensem em uma pessoa que promete trazer seu amor
em, no máximo, cinco horas, e de qualquer parte do mundo... Pois é. É ele... Ele
se diz “O Fenômeno” por só pegar causas impossíveis! Relatos do
jornalista André Guimarães contam uma circunstância em que ele teria ligado
para o fenômeno perguntando como ele poderia trazer um amor em, no máximo,
cinco horas, se nem o Sedex fazia certos trajetos em menos de dez... E se o
amor morasse em outra cidade? Como seria possível? Tendo ele respondido: - “Eu
trabalho também com Skype, meu filho! MSN, facebook, Orkut, celular... Sou um Pai
de Santo conectado!”.
Outra pessoa dita milagrosa trata-se de uma senhora que traz em seus anúncios algo bastante curioso: Ela não conta os dias para trazer o amor de volta,
mas promete trazê-lo com segurança e garantia. COMO ASSIM SEGURANÇA E
GARANTIA?????!!!!! O que significaria trazer um amor de volta sem segurança? Em
perigo? Arremessar o amado de um avião sem ter conferido o paraquedas? Em cima
de uma moto a mais de 160 Km/h e sem capacete? Complicado... E a tal da
garantia? Esses serviços têm nota fiscal? Não creio...
Gente, brincadeiras à parte, esse é um assunto muito sério, por vários
motivos. Precisamos usar a fé, sem jamais esquecer a razão quando nos
depararmos com os problemas do dia-a-dia. Para evitar esse tipo de recurso estudamos
a religião a fundo e a praticamos em nome de Deus, pois Ele é a única garantia
de bons resultados, com ou sem o nosso amor de volta.
A Umbanda verdadeira que praticamos não faz esse tipo de coisa. Não
utiliza subterfúgios para resolver problemas. Pelo contrário. Ela trabalha a
sua força interior, a sua fé, o seu amor próprio pra você mesmo ir atrás do seu
amor ou então desistir em algo sem futuro algum. A Umbanda reforça nossa fé,
renova nossas energias para sermos fortes e capazes de não acreditarmos em tudo
que nos oferecem. Falsos profetas existem em todos os lugares, mas aqueles que
praticam as leis do amor e da caridade, nas quais a Umbanda se fundamenta, não
serão aqueles que se deixarão levar por discursos levianos, não acham?
TEMA DE HOJE:
TRAGA SEU AMOR DE VOLTA VOCÊ MESMO!
Quando estudamos a Umbanda, percebemos que a magia é um elemento
fundamental dentro da religião. Essa magia é aquela que surge da fé daqueles
que crêem, do amor daqueles que praticam e da firmeza de pensamento e propósito
daqueles que a seguem. Nossa Umbanda é aquela que se utiliza dos elementos da
natureza para fortalecer as relações entre os mundos físico e espiritual,
trazendo para os homens toda a energia benéfica e purificadora, necessária ao
seu crescimento e evolução.
Antes de tudo, precisamos ter em mente que a Umbanda tem por finalidade a
prática do bem, do amor e da caridade. Ela se fundamenta no Evangelho do
Cristo, conforme codificado por Kardec, e nos elementos energéticos distribuídos
por todo universo. A Umbanda foi trazida para os homens com a finalidade de
falar aos humildes, de simbolizar a igualdade que deve existir entre todos os
irmãos. Na Umbanda, os Espíritos dos sábios escravos, índios, entre outros
Espíritos de luz, trabalham em benefício dos homens, independente de cor, raça,
credo ou posição social. A característica principal da nossa religião é a
prática da caridade no sentido de amor fraterno, pois ela é aquela que acolhe e
escuta os aflitos; aquela onde se ensina e se aprende, independente do quanto e
do que se saiba, pois afinal de contas, ela é amor, bondade, humildade e
principalmente fé.
Diferente da consciência sobre o poder divino, as religiões foram criadas
pelo homem. Isso não quer dizer que ter uma religião seja menos importante.
Pelo contrário. Através da religião somos capazes de nos sintonizar com o que
acreditamos, disciplinar nossas condutas e entender aquilo que nos faz
necessário para a compreensão de toda nossa existência. Entretanto, como os
homens ainda estão em estágio de aprendizado e portanto são imperfeitos, acabam
esquecendo a finalidade de sua crença e, tentam tomar apenas para si, os
benefícios que a prática religiosa legaria a todos os homens.
Muitas pessoas, deslumbradas com os dons mediúnicos recebidos ou com os
benefícios financeiros que imaginam que eles possam gerar, acabam utilizando-os
ou fingindo utilizá-los em favor próprio, deixando de lado a lei maior que diz:
Dê de graça o que de graça recebeu. Dessa prática resultam conseqüências negativas
para quem procura, para quem realioza e principalmente para a imagem da religião.
Uma vez entendido que a Umbanda pratica o Bem, podemos concluir que tudo
aquilo que prejudica alguém, não faz parte dela. Em todas as religiões, não só na
Umbanda, há pessoas de boa e má índole, que tomam boas ou más resoluções.
Dentre as más resoluções podemos citar as promessas de curas, milagres, ou
satisfação pessoal, em troca de dízimos, favores ou dinheiro. Tal prática deve
ser abolida, pois para Deus, único capaz de tocar os corações, o dinheiro não
tem valor algum. Aqueles que se apropriam de algo que julgam erradamente ser
seu, com certeza prestarão contas daquilo que tomaram para si sem que lhes
pertencesse. Quais recompensas eles podem na vida espiritual se já se apropriaram
de todo benefício que poderiam receber quando na Terra?
Além disso, sabemos que os guias espirituais de Umbanda são espíritos de
luz, cuja missão é auxiliar a evolução do homem através de seu conhecimento.
Nossos guias espirituais nos conduzem na senda do bem, acompanhando de perto
nosso caminhar. O médium que não vigia sua conduta está automaticamente
afastando de si as entidades protetoras pois bons espíritos não admitem que as
leis da Umbanda sejam contrariadas. Aqueles que praticam atividades que não
condizem com a caridade e que enganam os aflitos, procuram por espíritos que se
comprazem neste tipo de finalidade. E o pior é que acabam achando.
Dizer que esse tipo de prática não produza resultados ou que não
movimente energias astrais é mentira, pois tudo que nós pedimos com vontade, se
realiza. Se pedirmos o bem, o bem se realizará. Se pedirmos o mal, o mal se
realizará, mesmo que seja para nós mesmos. A diferença é que quem atua no campo
energético nesse tipo de situação não são os espíritos evoluídos, mas sim espíritos
que trabalham com forças de baixo padrão. Espíritos altamente ligados à
matéria, desprovidos de luz, de esclarecimentos sobre a verdade eterna. Por
estarem ainda muito ligados à Terra, sentem em seu material perispiritual
necessidades mais densas, procurando a energia necessária para suas atividades em
encarnados ou em “ofertas materiais” que podem, por afinidade vibratória,
atendê-los em seus desejos e aspirações. Para se satisfazerem, se atrelam a
esses “pseudo-médiuns”, que por sua invigilância e prática errônea da
mediunidade, acabam facilitando o acesso às baixas aspirações. Muitos se fazem
passar por guardiões, dando ao médium a impressão de estarem sendo assistidos
pelo seu guia de confiança, quando na verdade, já se encontram subjugados aos
anseios de espíritos baixos que em nada se assemelham a estes anjos de luz
responsáveis pela nossa segurança.
Entendam que tudo aquilo que se
promete às baixas energias será cobrado uma hora ou outra, portanto, se você
faz um pedido a um desses espíritos baixos, está selando uma dívida com o que
não conhece e com o que talvez nunca queira conhecer. Sendo assim, cuidado com
o que deseja para o próximo. Só devemos desejar para o outro o que queremos
para nós mesmos, pois tudo aquilo que desejamos para o outro, retorna para nós
em dobro. Lembram da lei do retorno? Pois é.
Lembrem-se de que a Umbanda trabalha justamente para combater o astral
inferior e não compactua com o obsessor, mas o orienta e o doutrina. Ela não trabalha
para causar prejuízo à ninguém e ainda por cima, dependendo do merecimento de
quem a procura, a Umbanda ainda ajuda a afastar as más energias de perto da
pessoa que não merece. Quando há uma manipulação de energia negativa no campo
astral de uma pessoa que não mereça, os guias de luz da Umbanda, são capazes de
reequilibrar a harmonia energética através de passes de limpeza, de imantação
através dos elementos da natureza ou da retirada de um espírito inferior de
perto da pessoa. Porém, é importante lembrar que a proteção da pessoa está
diretamente ligada à sua conduta, o famoso ORAR E VIGIAR. Conforme vamos
procurando locais, atividades e pensamentos de baixa vibração, abrimos canais
para que energias negativas se conectem conosco novamente.
Os guardiões na Umbanda não praticam trabalho para prejuízo de ninguém.
Eles são Espíritos de Luz que tem características vibratórias que os habilitam
a trabalhar manipulando energias mais densas. Possuem conhecimento sobre as armadilhas
do astral inferior, jamais se deixando seduzir por algo que conhecem tão bem. São
grandes responsáveis por desfazer campos energéticos negativos e utilizam
muitas vezes as oferendas de bebida e fumo, como ferramentas para manipular as
energias mais materiais com as quais precisam lidar. Exus não fazem trabalhos
para o mal de ninguém. Essa forma de se falar sobre eles é que muitas vezes faz
com que eles sejam julgados erradamente por aqueles que não compreendem a
importância de seu trabalho. Por isso é tão importante que o médium estude
sempre antes de falar sobre o que desconhece.
Outro aspecto bastante relevante quando se trata dessas falsas promessas
é o fato de se enganar alguém que passa por um problema e que muitas vezes está
sem a capacidade de julgar razoavelmente as circunstâncias. Essas pessoas, na
ânsia de procurar uma solução rápida, mágica e definitiva para seus problemas
acabam procurando saída nesses falsos profetas, que oferecem aquilo que, com
certeza, não são habilitados a cumprir. Muitas dessas pessoas que procuram essa
solução desconhecem as conseqüências de seus atos. Outras pouco se importam com
os resultados futuros. Mas o que se deve ter em mente é que ao se prometer a
solução dos problemas, o falso profeta está enganando um aflito em troca de
benefício financeiro, o que é muito errado e o que a Umbanda condena.
Outras pessoas procuram essas atividades por se acharem injustiçadas por
qualquer tipo de situação, pedindo aos espíritos que façam o que seu próprio
senso de justiça afirma ser o ideal. Mas quem somos nós para definir o que é o
ideal? Quem somos nós para nos acharmos no direito de fazer alguém sofrer por
concluirmos que esse ou aquele merecem. Mesmo que não aconteça o que desejamos
negativamente para outrem, a intenção de prejudicar alguém é muito séria e, por
isso, também resulta em conseqüências bastante desagradáveis para quem procura.
Precisamos saber que a umbanda é muito mais do que trazer seu amado de
volta. A Umbanda faz você renovar suas energias e fortalecer seu amor próprio; dá
entendimento que somente você mesmo pode trazer seu amado de volta se esse for
o seu desejo, ou então dispensar de vez aquele que você achava ser o seu amor,
caso ele não se encaixe nos seus ideais. Ensina a reconhecer seu próprio valor
e a saber que laços verdadeiros nunca se desatam, independente de amarrações de
qualquer tipo. Ensina que o amor existe por si só e não precisa de reforço de
tipo algum.
Sejamos bastante conscientes a respeito do que a religião pode fazer por
nós. Nós realizamos os nossos próprios milagres utilizando apenas a magia da fé
sincera e da vontade do querer. Não busquemos atalhos para resolver nossos
problemas. Busquemos nos aperfeiçoar na escola da vida para que os entraves do
percurso se tornem chaves para abrir as portas de um amanhã consciente sobre
responsabilidades das próprias escolhas e das próprias atitudes.
Não são essas pessoas que se dizem sacerdotes de Umbanda sem sê-lo que
resolverão o problema que você tem. Ninguém, além de Deus e de seus anjos
guardiões, sabe mais sobre os seus problemas do que você mesmo. Fuja de quem
lhe promete o mundo, pois não há como eles resolverem os problemas dos outros
uma vez que o problema deles é sempre bem maior do que os seus, e nem os
próprios problemas deles eles conseguem resolver. Se Deus precisasse de
dinheiro, tinha deixado isso por escrito. Deus não quer o seu dinheiro, somente
a sua fé. Espíritos de Luz que trabalham na Umbanda não precisam de elementos
pesados, como o sangue de animais, para resolver o seu problema.
Termino o texto de hoje deixando aqui uma dica para vocês que lêem essas
linhas: Não se iludam, se instruam. A Umbanda não é isso. Na Umbanda não se
cobra por felicidade, ela está somente dentro de você. Não pague pelo que você
já possui. Isso não é resolver sua vida. É alguém tentando explorar o seu
desespero. É ameaça; É extorsão; É crime. É uma ofensa à nossa religião, que
preza pela prática responsável da mediunidade em benefício do próximo. E por
isso é importante que nunca esqueçamos que:
“A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome,
assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e
que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho.”
Que a Umbanda um dia seja reconhecida como merece! Fiquem com Deus.
Com amor,
Nise.
Amei o texto!!! Parabéns, Nise!!!
ResponderExcluirmuito bom nota 10
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