Oi
irmãos,
Não
sei se todos ficaram sabendo, mas esse ano foi sancionado pela nossa Presidente
da República o Dia Nacional da Umbanda. Dia 15 de novembro passou a ser
oficialmente a data de comemorarmos a origem, a valorização e a difusão de
nossa religião, genuinamente brasileira. Foi escolhido esse dia pois foi nele,
em 1908, que o médium Zélio de Moraes recebeu a missão de fundar o novo culto
que falaria aos humildes e puros de coração... Era chegada a nossa Querida Umbanda.
Essa
missão recebida por Zélio de Moraes estava longe de ser uma missão fácil. Além
de servir de instrumento à pratica da caridade através dos atendimentos
espirituais, ele precisava fundar uma religião espiritualista a qual todos pudessem
praticar, amar, e TAMBÉM dizer: “EU TENHO ORGULHO DE SER UMBANDISTA”.
Por
vezes nos entristecemos ao ouvir as pessoas falando coisas erradas sobre a
Umbanda. É na televisão, nas ruas, no trabalho e até mesmo dentro de nossa
própria casa. Mas por que será que isso acontece? Será que a culpa disso tudo
está somente no julgamento daqueles que nos veem de fora???!!! Será que
precisamos gritar e impor ao mundo a nossa religião???!!! Será melhor atacarmos
a religião dos outros para que parem de falar da nossa Umbanda???!!!
A
Umbanda é sim uma religião Universal, culturalmente rica e bastante
fundamentada em princípios cristãos. Mas principalmente, a Umbanda é uma
corrente de fé, de amor e das diferenças que se tornam igualdades. A Umbanda é
o repeito ao próximo e a si mesmo, sempre dentro da verdade. É a paz, a
compreensão. É disciplina, disciplina e disciplina. E para nós, médiuns
agraciados pelo entendimento, é o mais amplo sentido da palavra DOAÇÃO.
Então
irmãos, hoje faço um convite a todos vocês. Que tal pararmos um pouco para
pensar qual o nosso papel, como médiuns, para que o mundo possa entender a
nossa religião como ela é de verdade? Não o que o mundo deve fazer, mas sim, o
que nós precisamos fazer para que nossa religião seja respeitada, amada e
compreendida por todos aqueles que hoje, por vezes, não sabem o que dizem...
Vocês aceitam? Então vamos lá!
Tema
de Hoje:
“SEJA A
MUDANÇA QUE VOCÊ QUER PARA O MUNDO!”
(Obs: O título é de Gandhi, mas o texto é nosso...)
Quantas
vezes reclamamos de tudo aquilo que as pessoas fazem e que nos incomoda? Quantas
vezes reparamos em manias e costumes que nos desagradam nas pessoas? Parece ser
mais fácil enxergarmos o que nos incomoda, nos sentirmos ofendidos por palavras
que o vento não leva e nos julgarmos injustiçados pelos achismos do mundo.
Entretanto, o mais fácil quase nunca é o que traz resultados importantes.
Nós,
médiuns de Umbanda, somos parte integrante daquilo que a nossa religião transmite
para o mundo. As pessoas se pautam nas nossas atitudes para definir sua opinião
sobre a Umbanda. Sendo assim, podemos dizer, que estamos sempre sendo
observados em nosso branco e em nossa vida, como responsáveis por levar o nome
da nossa religião sempre avante.
É
cada vez mais necessário que vigiemos nossas atitudes para que não tenhamos
comportamento aquém daquele esperado dos religiosos sérios e preocupados com o
bem do próximo. Não significa que tenhamos que ser perfeitos ou precisemos
deixar de fazer o que gostamos, mas devemos fazer sempre dentro daquilo que
pregamos e que aprendemos em nossos estudos e experiências diárias.
Já
aprendemos em oportunidades anteriores que o médium possui um emaranhado de
canais por onde são filtradas as energias que circulam entre a Terra e o
Espaço. É através desses canais que as comunicações espirituais se realizam.
Por estarmos susceptíveis às mais diversas formas de fluidos, precisamos sempre
manter o equilíbrio e a harmonia de nossos corpos e de nossas mentes, a fim de
que o trabalho caritativo ocorra de forma positiva.
Contudo,
por vezes, não é isso que vemos acontecer. Esquecemos de nos guardar das baixas
energias e nos tornamos acessíveis aquilo que não fará de nós instrumentos adequados.
Não precisamos deixar de sair pra dançar, deixar de beber nossa cervejinha com
os amigos... O que precisamos é nos impor alguns limites. Frequentar lugares de
baixa vibração não faz mal somente ao nosso equilíbrio espiritual (pois temos
total consciência do que vamos encontrar, não é mesmo?), mas também nos expõe
de forma negativa.
Imaginem
só... Um dia, o consulente vai a uma casa de Deus se consultar com a entidade
de luz e no dia seguinte encontra o médium da casa religiosa caindo de bêbado
em algum lugar... Será que você se sentiria confortável nessa situação? O
médium antes de tudo, precisa entender que está levando para o mundo a palavra
de Deus, portanto, deve cuidar para que o que fala e o que faz não sejam tão
diferentes assim. Isso é uma questão de transmitir confiança a quem precisa.
Outra
situação bastante importante a se conversar é a respeito da fofoca. O médium
incorporativo, na maioria das vezes, é consciente ou semiconsciente, guardando
para si alguns registros daquilo que é falado em seus atendimentos. Não podemos
falar sobre o que se conversa. Não devemos comentar sobre a vida dos outros.
Precisamos ser éticos em nossos trabalhos, pois estamos lidando com a vida das
pessoas e só elas tem o direito de dividi-la com quem quiserem, não nós. Isso é
contra o que aprendemos na verdadeira Umbanda.
Outra
questão importante envolvendo a fofoca é aquela que acontece quando médiuns se
acham no direito de falar de outros médiuns. Julgar suas atitudes e criticar
suas escolhas. Não devemos e não podemos fazer isso. A nossa Umbanda nos ensina
que somos uma família unida por laços de amor e fraternidade. Prezamos a
harmonia das relações, por isso, de forma alguma podemos aceitar ouvir
comentários negativos ou pessoais sobre nossos irmãos. Será que isso é
respeitar o próximo? Isso é o que pregamos?
A
Umbanda tem o elo familiar como elemento sagrado dentro da religião. Como
entender que aquele mesmo médium que ontem você encontrou na casa espírita, te
ensinando que a família é a base da vida, esteja hoje traindo seu companheiro
de relacionamento e faltando com respeito ao elemento que ontem dizia ser tão
importante? Você creditaria a ele sua confiança novamente?
O
que dizer então daquele que podemos chamar de “o médium folgado”? Aquele que é
sempre o último a chegar e o primeiro a sair? Aquele que sempre tem uma
desculpa e que sempre tem um compromisso muito importante no dia do atendimento
caritativo, e por isso nunca se prepara para o trabalho? Pois é. Quando se faz
parte de uma corrente, a preocupação em estar em harmonia com os que lá se
encontram deve ser constante, pois um que esteja em desequilíbrio, sobrecarrega
outros que estão ali para prestar caridade. Não há como se prestar um trabalho
que envolve concentração para o aconselhamento e orientação, quando os seus
próprios problemas são maiores que a sua entrega na casa de Deus... E assim que
termina a corrente, lá vai embora correndo o médium apressado, deixando pra
traz os companheiros de corrente novamente...
Ainda
falando do nosso médium apressado, muitas vezes é exatamente ele que sai da
casa espiritual se sentindo carregado e consumido pelo trabalho prestado... Mas
a culpa é dele? Com certeza ele vai dizer que não... Vai espalhar para meio
mundo que a culpa, na verdade, é da casa que ele frequenta, que já não está
forte há muito tempo, já não é mais a mesma coisa... Vai dizer que já foi tempo
em que os guias eram bons... E que hoje só não sai mesmo porque precisa ajudar
na corrente, senão só Deus sabe. E aí está ela de novo, nossa já conhecida
fofoca! Se você que é médium da casa, fala para meio mundo da casa que
frequenta... Como querer que os outros dêem credibilidade a você como médium da
casa e à sua religião, que permite que isso aconteça? E lá vai mais pano pra
manga para aqueles que querem falar mal da nossa Umbanda!
E
o que dizer daqueles médiuns que não deixam de dizer que levaram uma surra do
santo ou do Orixá? Como assim, gente??? Como queremos respeito e entendimento
se nós mesmos difamamos a nossa própria crença? Umbanda é amor, é paz, é
perdão! Umbanda é de Deus, preza pela vida! Como dizer que Deus dá uma surra ou
castiga??? Não dá né?
Ainda
tem aqueles que adoram contar piadas sobre a Umbanda utilizando termos depreciativos
para descrevê-la! Como entender um Umbandista dizer: “chuta que é macumba!”? Ou
então “Isso aí é macumba da braba!”? Precisamos preservar a Umbanda desse tipo
de comentário! Como querer que as pessoas levem a sério a sua crença, se você
mesmo não consegue?
Ao
contrário desses que fazem comentários depreciativos, há também aqueles que
levam sua crença ao fanatismo, que é muito prejudicial à verdadeira prática
religiosa. Ligam tudo o que acontece à presença de espíritos, seja cansaço, dor
de cabeça, tropeço, insucesso, ou qualquer outra coisa que se imagine... Haja
encosto pra tanto problema! Essas pessoas passam uma imagem muitas vezes
superficial da Umbanda, fazendo com que os Espíritos que nela trabalham, sejam
tidos como responsáveis por tudo que acontece na vida alheia. Além disso, o
fanático tem o costume e insistir em falar de sua religião em todos os momentos
e de querer que todos sigam suas convicções, tratando as outras crenças como
menos importantes. Esse tipo de atitude também afasta as pessoas da Umbanda,
uma vez que entendemos que religião boa é aquela que nos ensina a prática do
bem.
Ainda,
há aqueles que tem uma “vaidade espiritual” altamente aflorada, enaltecendo as
qualidades de suas entidades ao ponto de dizer que as outras não são tão fortes
quanto as suas! Por que então será que não cancelam todas ao outras entidades e
deixam só as dele trabalhando? Isso também passa a impressão de que a Umbanda
não deve ser totalmente levada a sério, somente quando a entidade daquele
médium estiver presente é que vai ser uma boa gira.
Outro
aspecto bastante importante é a postura do médium dentro da casa espiritual.
Deve-se respeitar o recolhimento espiritual que se pretende alcançar em
qualquer casa de Deus. Alguém já entrou em uma Igreja onde o padre e o coroinha
estavam às gargalhadas, falando alto, contando piadas de conteúdo duvidável, ou
rindo de comentários sobre os fiéis? Não, né? Pois é... Na casa espiritual
também não pode haver isso... É a casa de Deus, onde deve haver respeito pelo
trabalho, pelos Espíritos de Luz que ali se encontram e pelos consulentes que
chegam em busca de paz e auxílio. Educação, gentileza, respeito e boa vontade
são fundamentais dentro dos fundamentos de nossa religião.
Não
menos importante é o cuidado que o médium precisa ter com a sua apresentação
para o trabalho caritativo. Estar sempre preparado, com seus banhos de erva tomados,
sua roupa limpa, seu material de trabalho pronto e ter responsabilidade com os
horários e compromissos assumidos são fundamentais para que as atividades
dentro de uma casa espiritual se desenvolvam em harmonia. A Umbanda preza pela
disciplina e quem a procura não precisa de mais desorganização, precisa sim de
algo que possa levar às boas práticas, aos bons costumes e à organização de sua
própria vida!
É
importante lembrar que a nossa mediunidade foi nos dada como ferramenta para o
desenvolvimento espiritual. Foi nos dada para trazer alento e conforto àqueles
que procuram por uma palavra de carinho. Não devemos ser vaidosos e ultrapassar
os limites da nossa mediunidade. Não podemos dar conselhos às pessoas, como se
tivéssemos recebido uma inspiração divina. Nós não somos ninguém para fazer
isso. Se a pessoa busca uma inspiração divina, ela precisa procurar uma casa
espiritual, conversar com a dirigente espiritual ou com as entidades que se
apresentarem para o trabalho caritativo. Nós não temos o direito de nos
acharmos capacitados para falarmos em seu nome. Elas mesmas podem fazer isso.
Agindo assim, por vezes acabamos falando o que não devemos, causando traumas e
outros problemas às pessoas, o que não é nem um pouco de acordo com o que a
Umbanda nos ensina. E pior, há ainda aqueles que cobram por isso... Como
queremos que a nossa Umbanda seja bem vista, se aqueles que se julgam
seguidores ainda insistem em não praticar os seus fundamentos básicos, como dar
de graça o que de graça receberam?
Por
fim, sem nem ao menos chegar perto de esgotar o assunto, não podemos esquecer:
Se perguntarem a você algo sobre sua religião que você não saiba responder, por
favor, não responda! O médium precisa estar preparado para levar os
ensinamentos do Cristo ao mundo através do estudo da doutrina e da experiência
transmitida por suas entidades e mentores. Quem procura pelo conhecimento não
busca informações conflituosas. Busca esclarecimento. Se você não estiver
pronto para esclarecer, diga que vai estudar antes de responder. Pergunte a
quem possa saber. Leia um livro sobre o assunto. Converse com os Espíritos de
Luz... Mas por favor, não multiplique o conhecimento errado, porque ele é a
chave para a incerteza, para a insegurança e para a descrença na nossa
religião. Não é vergonha não saber. Vergonha é não querer aprender! A Umbanda é
linda e fundamentada! Vamos divulgá-la na sua verdade, não nas nossas
invenções.
Bom
irmãos, poderíamos ficar aqui conversando muito ainda sobre as várias condutas
que devemos procurar seguir para servirmos de exemplo para aquela Umbanda linda
a qual tanto nos orgulhamos de pertencer! Mas o nosso tempo é curtinho! Então,
gostaria de dizer a vocês que escrevendo essas linhas, não tenho a pretensão de
dizer que faço sempre o que deve ser feito... Aliás, estou muito longe disso.
Apenas venho compartilhar tudo aquilo que percebi que ainda tenho que crescer e
aprender nos próximos capítulos dessa minha vida. Espero conseguir melhorar a
cada dia com a ajuda de todos vocês e que juntos possamos crescer no amor, na
caridade e na fé, levando o Nome da Umbanda aonde todos possam não só vê-lo e
ouvi-lo, mas principalmente, senti-lo e, então, respeitá-lo.
Fazendo
nossas as palavras do Cabolo Junco Verde, termino esse texto ressaltando que as
pessoas precisam entender que nas reuniões Umbandistas há um exército que obedece às ordens de Oxalá.
Igual ao exército da Terra, os soldados da Umbanda tem o compromisso assumido de
defender os fracos; enaltecer os humildes; coibir a prepotência; tirar da
escuridão os aflitos, os desesperados e os obsediados; curar os doentes;
alegrar os tristes; acalmar os nervosos; aliviar a dor; encaminhar os
desajustados; salvar os viciados e trazer honra para a religião brasileira que
é a nossa amada Umbanda.
Assim, que nesse primeiro Dia Nacional da Umbanda,
oficializado, nós, seus soldados, possamos ter a consciência da importância da
palavra EXEMPLO! Que possamos entender que respeito não se ganha, se conquista
e, só conquistamos aquilo que merecemos! Que compreendamos que nossas atitudes
refletem sim na religião, pois somos parte importante dela; que elas sejam boas
atitudes para que não sejamos apenas uma moldura bonita no espelho da vida, mas
sim o vidro onde as boas ações sejam refletidas!
Honremos o nome da Umbanda e que hoje e sempre, A
MISSÃO SE CUMPRA!
Com amor,
Nise.
Minha querida irmã Nise,
ResponderExcluirQue texto lindo!!!! Suas palavras me fizeram refletir sobre muitas coisas onde devo melhorar....Que bom poder refletir através de tão lindas e sábias palavras!!!! Melhor ainda é saber que sempre há tempo para recomeçar!!!!
Parabéns CEENC!!!!
Que Papai do Céu nos ajude a melhorar sempre!!!!!
ResponderExcluirTexto maravilhosamente esclarecedor!
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