Narra uma lenda de autor desconhecido que um homem entrou
em uma loja e se aproximou do balcão.
Quem estava a atender era uma criatura maravilhosa. Tão
bela que parecia uma fada, dessas saídas de um conto infantil.
O homem olhou para os lados e perguntou: O que é que você tem para vender?
Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: Todos os dons.
O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e
quis saber qual era o preço. Seria
muito caro?
Não, foi a resposta. Aqui, nesta loja, tudo é de graça.
Ele olhou, maravilhado, jarros cheios de amor, vidros
repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.
Resolveu fazer o seu pedido: Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante
felicidade para mim e toda a minha família.
Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um
embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.
O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:
Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão
pequeno o embrulho!
Sorrindo sempre, a jovem falou: Meu querido amigo, nesta loja, onde
temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.
* * *
As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a
loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.
Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos
disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que
nos constituem dever. Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e
se amplia no rol das amizades.
Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir entre
aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.
A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada,
estudada, refletida. O exercício inicia com a contemplação da natureza. Os dias
frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao
vento e as flores multicoloridas nos jardins.
Alonga-se com a visão dos mundos, das coisas
infinitamente pequenas e daquelas infinitamente grandes. A harmonia de tudo nos
remete a uma confiança irrestrita, uma certeza inabalável que se chama fé.
A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé,
vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se
fosse o único, o último, o derradeiro.
* * *
Mudar é um ato de coragem. É a aceitação plena e consciente
do desafio.
É trabalho árduo, para hoje. É trabalho duro, para agora.
E os frutos seguramente virão no amanhã, talvez não muito
distante.
Mas, quando temos certeza de estar no rumo certo, a
caminhada é tranquila.
Quando temos fé e firmeza de propósito é fácil suportar
as dificuldades do dia-a-dia.
Pensemos nisso. Invistamos nas virtudes ainda hoje.
Redação do Momento Espírita,
com base no cap. Dons, de autor desconhecido e no cap. É
preciso sentir a mudança lá dentro,
de R. Anatoli Oliynik, do livro Momentos de luz, organizado por Hiran Rocha, v. 1,
ed. Kuarup.
Em 20.01.2012.
Adaptado pelo
Coordenador da Mesa 2 – Jorge
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