quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

UMA HISTÓRIA SOBRE OS GUARDIÕES


(Texto enviado por Tátila, com base naquele presente em apostila de estudo)

OLÁ MEUS IRMÃOS!
GOSTARIA DE FALAR SOBRE UM ASSUNTO:
O TRABALHO DOS GUARDIÕES DENTRO DA UMBANDA.
COMO ELES ATUAM NA LINHA DE TRABALHO DOS EXUS.  
ENTÃO VAMOS LÁ:
   

Carlos se dirigia um centro de Umbanda aconselhado por um amigo, pois sua vida estava bastante complicada. Sua mãe vivia doente, já tendo ido a diversos médicos sem sucesso na cura. O seu pai havia sido demitido da empresa que trabalhava há mais de 25 anos e vivia deprimido e chorando pelos cantos. Ele mesmo desempregado há três anos, via o filho adoecer sem condições de comprar medicamento. A sua esposa, única ainda empregada, apresentava sérios indícios de fadiga mental e física.
Ao chegar no Centro Espírita descobrira que era dia de consulta com pretos-velhos. O seu amigo Cláudio, foi explicando a rotina da casa e como ele deveria agir e pedir na hora da consulta.
Chegando finalmente a sua vez de se consultar, o seu pensamento estava coberto de dúvidas, achando que estava chegando ao fundo do poço por precisar se dirigir ao Terreiro de Umbanda, falar com uma pessoa que nunca havia visto antes na vida e abrir seu coração, suas dúvidas e tremores.
Num primeiro momento achou graça da posição do médium, todo curvado, e também do seu jeito de falar, não conseguindo se aquietar, mas o Preto-velho foi, aos pouquinhos, ministrando alguns passes e por fim Carlos começou a se abrir.
O Preto-velho ouviu tudinho, manifestando de tempos em tempos palavras encorajadoras para o filho tão aflito.
Carlos não entendia o porquê, mas enquanto ele falava, o Preto-velho ia estalando os dedos em volta dele, olhando discretamente para o copo d´água ao lado da vela, jogando para cima a fumaça de seu cachimbo e assim, ia passando as informações necessárias para os guardiões que protegiam a casa e seus filhos. Os Exus, com a função de verificar o que estava acontecendo, partiram com a velocidade do pensamento para a casa de Carlos.
Em um dado momento, o Preto-velho que estava incorporado ao corpo material do médium e compartilhando de sua visão limitada, utilizou alguns elementos magísticos e ritualísticos para proporcionar alívio para Carlos.
Disse no final da consulta que iria trabalhar para ele e toda a sua família. Deu algumas recomendações sobre como rezar e elevar o pensamento a Deus e se despediu.
A partir daquela consulta, Carlos passou a ter sensações de alivio; sentiu-se mais leve e confiante, mas ao mesmo tempo não acreditava que meia dúzia de estalos de dedos fossem “resolver” o seu problema... Incrédulo, mas já não tão fraco, retornou a sua casa sem nem imaginar que a batalha estava apenas começando.
O Preto-velho, ao ver Carlos se levantar e ir embora, soube que àquela altura, toda a egrégora da Casa já estava se preparando para a batalha e, apesar de ainda estar incorporado ao corpo do médium, pôde perceber que seria um grande combate.
Mas ainda havia o que ser feito na Terra. Precisava descarregar o aparelho (médium) e o terreiro. Terminado o Saravá, ele partiu junto com outros membros da egrégora.
Com o encerramento dos trabalhos espirituais da casa, os médiuns começaram a ir embora e no terreiro de Umbanda se fez silêncio. Mas o silêncio era apenas aos ouvidos humanos, pois os sons ali emitidos estavam numa freqüência diferente dos sons conhecidos na Terra.
Quando os médiuns pensaram que a gira havia terminado, estavam muito enganados, pois ela estava apenas começando!
As entidades da casa se reuniram dentro do terreiro, aguardando o retorno dos exus com informações mais precisas sobre cada consulta que havia sido realizada.
Os exus foram retornando, um a um. O mentor da casa assistia tudo e fazia intervenções quanto às deliberações do alto. Os chefes de linha estabeleciam o famoso “quem vai fazer o que”. Tudo isso ocorria em ambiente absolutamente harmônico e organizado.  Exus, Caboclos e Pretos Velhos trocavam impressões a respeito dos problemas apresentados e deliberaram sobre cada caso.
Retomemos o caso de nosso amigo Carlos. Nesse momento passarei a dar nomes fictícios também às entidades envolvidas nesse trabalho, chamando o Preto-velho de Pai Benedito e o Exu de Marabô.
 Quando Exu Marabô retornou com as informações a respeito do que encontrou na casa de Carlos, o dialogo que se deu da seguinte forma:
Marabô: É... Pai Benedito, a situação lá está bem complicada.
Pai Benedito: Eu já suspeitava. O que você viu?
Marabô: A casa do moço Carlos foi totalmente absorvida por uma rede de energias. Há seres bem grotescos mantendo-se firmes nela. Segui buscando a origem dessa rede e me deparei com uma construção que ficava logo acima da casa dele.
Adentrando ao recinto vi uma inteligência poderosa por trás disso, mas sem nenhuma relação direta com nenhum dos envolvidos. Buscando entender a trama, continuei procurando o porquê daquilo e encontrei uma mulher bastante dementada. Pude ler seu campo mental e sentir seus desejos, que eram de vingança para com o pai encarnado do moço Carlos. Vi também que eles ainda não sabiam que o moço Carlos havia estado em nosso terreiro.
Bem, em resumo: A inteligência envolveu essa pobre infeliz e prometendo-lhe devolver o pai do moço Carlos para que ela lhe sugasse as energias negativas. Tais energias eram fruto de um sentimento de culpa que o pai do moço Carlos nutria. Parece que ele teve uma aventura na juventude. Não sei informar se essa ligação entre eles se formou nessa ou em outra vida, pois achei que os dados colhidos fossem suficientes para podermos trabalhar.
Pai Benedito: Sim, sim... Mais do que suficiente! Não estamos aqui para julgar ninguém. Isso cabe ao Pai. Nesse caso, teremos que destruir essa ligação negativa, mas precisamos primeiro de recursos para auxiliar os familiares.
Assim, Pai Benedito se dirigiu-se ao Caboclo Fecha Dourada, responsável pela corrente de desobsessão daquele terreiro e expôs a situação.
Imediatamente o Caboclo determinou que a Pombo-Gira da Figueira iria utilizar os seus elementos magísticos para que a equipe de resgate da casa resgatasse a moça e quem mais tivesse condições de tratamento. Assim, a "equipe de força” destruiria a construção e todos os equipamentos dentro dela.
Tarefas distribuídas, eles partiram para a construção.
Caboclos, pretos-velhos e exus guardaram certa distância da construção e observaram a Pombo-Gira da Figueira assumir uma configuração praticamente transparente.
Ao chegar perto da construção percebeu-se sair de sua boca uma espécie de fumaça enegrecida que começou a tomar conta do ambiente. Logo atrás dela, homens empurravam uma espécie de carrinho, que lembravam os carrinhos usados em minas de escavação de carvão.
Conforme a Sra. Figueira foi entrando no ambiente tomado por essa fumaça negra, os seres que lá estavam, caíram em profundo sono, sendo resgatados pelos guardiões e colocados dentro do carrinho. A ação dela foi rápida. Ninguém percebeu sua presença.
Quando todos foram resgatados, a Sra. Figueira começou a manipular a energia dos instrumentos negativos dentro da construção, mudando sua forma, plasmando outras energias e destruindo aquilo que faria mal.
Finalmente saíram da construção e os exus que compunham a “tropa de choque” ou a "equipe de força” passaram a destruir a construção espiritual e a malha que envolvia a construção material na Terra. Prenderam os seres grotescos que davam sustentação à malha negativa no ambiente material.
Caboclos e pretos velhos começam a tratar ali mesmo os Espíritos retirados da construção, colocando-os em macas e direcionando-os aos locais adequados aos tratamentos que iriam receber, sob os olhos atentos dos guardiões.
Outros começaram o trabalho individualizado com os membros da família. Exus fizeram o trabalho de limpeza e descarga, resgatando os “perdidos”, para serem encaminhados para a desobsessão na Casa de Umbanda. Eles abriram espaço e deram condições vibratórias para o trabalho dos Caboclos e Pretos-velhos, que era inspirar pensamentos de perdão ao pai de Carlos, de esperança no próprio Carlos e também saúde e bons eflúvios para a esposa e para a mãe de Carlos. Através de passes magnéticos, Caboclos e Pretos velhos transformaram o campo vibratório da casa e cuidaram de seus moradores.
Enquanto tudo isso ocorria, a casa dormia e todos iam sendo tratados em Espírito.
Os médiuns daquele terreiro também dormiam em suas casas. Em sono, alguns doavam ectoplasma, auxiliando nos trabalhos de transmutação energética. Outros participavam ativamente dos trabalhos e outros observavam e aprendiam, através do processo de desdobramento do sono, a forma com a qual cada trabalho era realizado.
Após o trabalho realizado o Mentor da Casa sorriu.
É claro que todos sabiam que, de agora em diante, seria de acordo com o merecimento e com a luta de cada membro da família, que eles iriam crescer. Desde aquele momento foram desfeitas as amarras. Essas amarras só voltariam ao ambiente domiciliar desta família se eles tivessem gestos, atitudes e pensamentos afinados com o astral negativo que vinha se apresentando naquela casa.
A Umbanda através de uma ação conjunta dos componentes da egrégora de uma casa Espiritual pode proporcionar alívio, conforto e liberação aos membros da família, bem como auxilio aos irmãos perdidos nas trevas da ignorância, do ódio, do rancor, do remorso e da culpa.
Mesmo que Carlos nunca mais voltasse ao terreiro para agradecer a melhora ou que nunca despertasse para a ajuda que recebeu; mesmo que o pai de Carlos nunca se perdoasse ou que aquela mulher não se recuperasse e evoluísse espiritualmente, a Umbanda se fizera presente em Caridade e amor! Isso era o importante!
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Agora me digam com sinceridade, após ler tudo isso, vocês ainda acham que Exus são seres do mal?
Vocês acham que importa ficarmos discutindo se Exu, se a Umbanda e se seus Orixás vieram da Atlântida, da África ou do quintal de casa?
Se ainda lhe restaram alguma dúvida eu afirmo a minha certeza: A Umbanda nasceu do Coração de Zambi, em sua infinita misericórdia por nós! A Umbanda tem quem nos defenda e proteja independente da nossa ignorância nos impedir de reconhecer os guardiões como bons e amigos!
Obrigada Exus, Pombo-giras, ciganos e malandros pela proteção, defesa e principalmente por terem tanta paciência com a nossa ignorância!
Salve os nossos amigos, defensores e compadres! Saravá a todos os guardiões!
Com amor,
TÁTILA

Um comentário:

  1. Linda história! Salve a Umbanda e todos os seus seres de luz!

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