domingo, 24 de fevereiro de 2013

CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS


(O texto completo, que deu origem ao nosso, foi retirado da página do Centro Espírita Fraternidade da Luz, Casa do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Escrito por Henrique Landi)

Antes de começar a contar a sua história, é importante lembrar que Caboclo das Sete Encruzilhadas e o Exu Rei das Sete Encruzilhadas são entidades que possuem nomes semelhantes, são quase homônimos, porém espíritos distintos, cada um deles trabalhando espiritualmente em seu nível vibratório. Ambos prestam grandes serviços para a melhoria e desenvolvimento dos espíritos encarnados, entretanto são espíritos diferentes.
No tempo do Brasil Colônia, mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro, em uma localidade às margens do sinuoso Rio Paraíba do Sul, chamada hoje de Barra do Piraí, existia uma fazenda que cultivava vários produtos agrícolas, em maior escala o café e a cana-de-açúcar. Tal propriedade era administrada por uma família portuguesa que, ao contrário de outras existentes nas proximidades, não exigia o braço escravo. Os negros que lá trabalhavam recebiam, além da casa e da alimentação, uma remuneração em moeda; por isso era a propriedade mais próspera do local, graças à forma de administração adotada por seus proprietários.
Próximo dali, vivia uma tribo de índios da Nação Tupi-Guarani com a qual os fazendeiros mantinham um excelente relacionamento. O Chefe da tribo era moço e possuía uma boa cultura pois fora alfabetizado na Capital. Ele veio a se apaixonar por uma das filhas do fazendeiro, que correspondeu ao seu afeto e se casou com ele, contrariando os costumes de ambas as comunidades.
Após a união ela engravidou, tendo que viajar à Capital do Rio de Janeiro para tratamento médico. Quando regressou após algum tempo de tratamento ouviu a horrível noticia de que um grupo de índios estranhos na localidade, de surpresa, tentou invadir a fazenda para saqueá-la. Os fazendeiros pediram socorro e os guerreiros Tupi-Gurany vieram, mas não puderam impedir que os pais da moça e seus irmãos fossem mortos. Na batalha, o chefe Tupi-Guarany, seu marido, ficou gravemente ferido, vindo também a falecer em conseqüência.
Ao todo, sete pessoas foram assassinadas pela tribo invasora. E todos foram sepultados dentro da fazenda. A moça grávida,única remanescente da família de fazendeiros, ia todas as tardes rezar junto às sete cruzes que demarcavam os locais onde seus pais, irmãos e esposo foram sepultados. Porém, em uma dessas tardes em que rezava junto ao túmulo do esposo, sentiu-se em trabalho de parto e ali mesmo deu à luz a um menino, seu filho com o chefe ‘Tupi-Guarany’, cujo corpo estava naquele local sepultado.
O menino cresceu cercado do imenso carinho de sua mãe e recebeu ensinamento proveniente de duas culturas: a cristã adotada por sua mãe e a outra orientada  pelo Pagé da tribo de seu pai. Estudou na Capital do Estado e posteriormente na Côrte, recebendo instrução superior de Direito.
Como advogado teve intensa atividade profissional em defesa de escravos nos Tribunais do Rio de Janeiro, que eram acusados de crimes pelos  senhores de Engenho.
Na qualidade de chefe de sua comunidade indígena, invadia as fazendas de regime escravo, libertando os cativos e colocando-os em local seguro. Na verdade ninguém conseguia identificar o chefe que comandava o grupo indígena libertador de escravos, ora ele se apresentava com o aspecto físico de indivíduo alto, ora baixo, às vezes gordo e outras vezes magro, cada ataque era comandado por uma pessoa diferente e assim ele conseguia se manter no anonimato.
Passou a ser chamado de Caboclo das Sete Cruzes Ilhadas, por ter nascido na fazenda onde existiam sete cruzes que foram colocadas em uma pequena ilha no interior daquela fazenda.  Com o tempo, seu nome passou a ser Caboclo das Sete Encruzilhadas, nome que ele adotou humildemente, até mesmo em sua vida espiritual.
Após ter desencarnado, voltou através de Zélio Fernandino de Moraes, em Novembro de 1908, como espírito mensageiro, colocando as bases da Umbanda no Rio de Janeiro.

Salve o Caboclo Sete Encruzilhadas!

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