segunda-feira, 3 de novembro de 2014

JOAQUIM - VALOR DA MEDIUNIDADE

(Texto enviado por Wânia)

"NINGUÉM É MÉDIUM POR ACASO"
Joaquim, um Espírito recém-desencarnado, cuja vida na Terra havia sido péssima, fez um requerimento aos mentores espirituais de planos mais elevados, rogando desesperadamente nova oportunidade para resgatar as dívidas contraídas na extinta existência corpórea. Era tão grande seu arrependimento e tanto o torturava a própria consciência que, ao pedido feito, suplicava novo corpo físico, em qualquer situação, qualquer tipo de existência, por pior que fosse: poderia vir louco, cego, deficiente físico, mudo, deficiente mental, canceroso, leproso, morfético, fosse o que fosse, pouco lhe importaria. Submeter-se-ia com resignação, mas desejava encarnar-se de novo e para isso, suplicava de joelhos.
Levado seu pedido ao alto, Deus, em sua infinita misericórdia, avaliou seus rogos, seus desejos, e atendeu-o; dar-lhe-ia oportunidade para reencarnar-se. Porém, dizia a permissão que o filho pedinte não necessitava vir à Terra com deficiência física, doença ou perturbações mentais. Apenas uma condição lhe seria imposta: nascesse, na Terra, como homem normal, mas viria como médium e comprometer-se-ia a prestar a caridade quatro horas por semana, durante trinta anos, ou seja, dos vinte até os cinquenta anos. Feito isso, sua dívida estaria saldada. Joaquim, é claro, chorando de alegria, reencarnou-se.
Até vinte anos de idade, tudo foi normal. Daí em diante desabrochou a mediunidade. Passou então a frequentar um templo espírita, trabalhando duas horas na terça e duas horas no sábado. Assim, foi levando placidamente sua existência e até casou.
Voltemos ao plano espiritual. Quarenta anos depois do nascimento de Joaquim, os mentores espirituais depararam com outro irmão necessitado de socorros urgentes, para tanto, tinham de recorrer a um médium na Terra, que pudesse se sintonizar com a vibração grosseira daquele Espírito em desespero, a fim de aliviar seus sofrimentos morais, após a necessária doutrinação.
Um dos mentores, então, lembrou-se do Joaquim, o irmão que fizera o requerimento pedindo para encarnar-se nas piores condições possíveis, mas que por bondade de Deus, apenas lhe fora imposta a faculdade mediúnica com a finalidade de ressarcir males semeados. Sim, o Joaquim era a pessoa indicada, porque deveria estar em plena atividade, já fortalecido em seu dom e ser-lhe-ia útil naquela emergência. Consultada sua ficha cármica, comprovaram o fato. Daí resolveram conduzir aquela alma sofredora até o médium para que sua mediunidade de incorporação, ajudasse o irmão aflito. E levaram-no até o centro, onde o médium compromissado deveria estar atuando, pois era um sábado, dia de sessão.
Chegando ao centro, os mentores viram outros médiuns, menos o Joaquim… Um deles disse apreensivo: “talvez esteja doente… vamos até sua residência e apliquemos-lhe passes magnéticos para revitalizar-lhe, neutralizando algum mal-estar que por ventura tenha sido acometido”.
Rumaram direção ao endereço do médium. Antes, porém, deixaram o Espírito angustiado entregue a outros médiuns daquele templo. Ao chegarem ao lar de Joaquim, encontraram-no. Lá estava ele deitado em uma rede, ocioso e indiferente, tomando uma cerveja. Surpresos, os mentores ainda ouviram a esposa do médium irresponsável perguntar-lhe por que não fora ao centro, pois era dia de sessão. O marido respondeu que fazia muito calor e ele já estava cansado de ficar horas e horas a atender irmãos que compareciam ao centro para aborrecê-lo…
Um dos mentores observou: “Não foi este que pediu para reencarnar-se como louco, cego, idiota, leproso, canceroso ou o que merecesse, desde que lhe fosse permitido reencarnar-se em novo corpo físico?… E Deus, na sua infinita benevolência, tão somente lhe impôs servir como médium, trabalhando quatro horas por semana, dos vinte aos cinquenta anos de idade… E só isso? Ele está agora com apenas quarenta de vida terrena!” É verdade, afirmou o outro, e ambos tristes, compadecidos do irmão, se retiraram.

***
Ninguém é médium por acaso.
Há responsabilidades, compromissos, resgastes, missões e um longo passado que não temos acesso nesse momento e nessa realidade. Portanto, menosprezar ou achar que a mediunidade é simplesmente um dom, um acontecimento, uma fatalidade, uma escolha, um desejo, uma vantagem ou desvantagem dessa encarnação, é um grande erro.
Ignorar o dom recebido com determinado propósito é um grande erro. Essa atitude interfere no presente, no futuro, no próximo, na vida daqueles que nos cercam e principalmente no plano espiritual. Dessa forma, pensamentos egocêntricos, em que o desejo e as escolhas pessoais prevalecem sobre o coletivo, só promove a dor.
Quando encarnamos na Terra e recebemos de Deus uma missão de auxílio para nossa evolução, através de dons mediúnicos, precisamos entender que fazemos parte de um plano do mundo espiritual para evolução e crescimento nosso e daqueles que venham cruzar nossas vidas. É importante que nos dediquemos ao serviço útil, pois assim, mesmo encarnados, estaremos trabalhando pela busca da verdadeira felicidade.
Quantas vidas não podemos auxiliar e quanto aprendizado não poderemos adquirir... A preguiça é nossa maior inimiga, pois o tempo que deixamos de prestar a caridade e nos evoluir, é o mesmo que levaremos para alcançar nosso melhoramento espiritual na vida que se segue, na Terra e no Espaço! Precisamos abrir mão daquilo que não auxilia e não faz crescer, aproveitando o curto tempo que nos foi dado na Terra, para cumprir nosso compromisso com Deus! Afinal de contas, o compromisso assumido deve ser honrado. Foi nos confiada uma missão pela qual nos responsabilizamos pelo cumprimento. Portanto, não devemos considerar penoso ou árduo dedicar um pouco de “nosso” tempo à pratica da caridade e ao exercício da mediunidade em benefício próprio e alheio, afinal, dividindo o nosso tempo com os irmãos necessitados, multiplicamos o amor... E todo amor que se multiplica, volta para nós e para os que amamos ainda mais forte e verdadeiro.
Ser médium é a maior oportunidade que um ser tem para se transformar em um Ser Humano Melhor!
“Eu me sinto feliz de ser obstinadamente médium
Eu gosto de ser médium, gosto dessa palavra
Quero morrer médium
É tudo o que eu sempre quis ser…”

(Chico Xavier)

(Texto de J.Edson Orphanake - Livro “Umbanda: Perguntas & Respostas / Comentários por Mãe Mônica Caraccio e CEENC).

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

CABOCLO TUPINAMBÁ

(Texto enviado por Márcia F.)

 O Caboclo Tupinambá vem de uma legião de Espíritos muito antiga e representa uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os Tamoios, os Temiminós, os Tupiniquins, os Potiguara, os Tabajaras, os Caetés, os Amoipiras, os Tupinás (Tupinaê), os Aricobés e um grupo também chamado de Tupinambás.
Os Tupinambás, como nação, abrangiam quase todo o litoral brasileiro e possuíam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o Tupi Antigo. Também era comum a intercessão junto aos Espíritos dos pajés através do uso dos maracás, chocalhos místicos cujo uso era obrigatório em qualquer cerimônia. 
Hoje os Caboclos Tupinambás costumam trabalhar na Umbanda dentro da linhagem ou falange de Xangô e de Obaluaê, pois muitos vêm com o intuito de cura de doenças.
São caboclos muito fortes, justos. Muito deles são velhos curandeiros, sábios etc. Essas e muitas outras são características desses caboclos maravilhosos, que pisam na Umbanda e fazem benfeitorias às pessoas que os procuram com fé e devoção.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

NÃO É O DONO, MAS É FILHO DO DONO

(Texto aplicado à Mesa I)

Jesus também era filho do Dono do Mundo e entretanto, veja como foi sua vida...
A manjedoura onde nasceu era emprestada. O burrinho que ele montou era emprestado.
O barco em que muitas vezes viajou era emprestado.
Os pães e peixes que multiplicou eram emprestados.
A sala em que fez a ceia e lavou os pés dos discípulos era emprestada.
O túmulo onde foi sepultado era emprestado.
O que era do filho do Dono do Mundo?...
Só a cruz era dele.
Você é uma luz de Deus no mundo...
Para seu irmão, seu filho, seu cônjuge, seus pais, seus amigos.
Uma vela não perde sua luz por compartilhar sua luz com outras.

Pense nisto. Tenha fé e acredite, você é filho do Dono... do Universo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

DEPENDE DAS MÃOS


Uma bola de basquete nas minhas mãos vale uns R$ 35,00
Uma bola de basquete nas maõs do Oscar vale R$ 7.000,00
Depende das mãos que a seguram.
Uma bola de volei nas minhas mãos vale uns R$ 25,00
Uma bola de volei nas mãos do Tande vale uns R$ 5.000,00
Depende das mãos que a seguram.
Uma raquete de tenis em minhas mãos nao tem uso algum
Uma raquete de tenis nas mãos do Guga o tornou o numero 1 do Mundo
Depende das mãos que a seguram.
Uma vara em minhas mãos vai manter os animais afastados de mim
Uma vara nas mãos de Moisés abriu o Mar Vermelho
Depende das mãos que a seguram.
Um estilligue nas minhas mãos e apenas um brinquedo
Um estilingue na mãos de Davi se tornou uma arma poderosa
Depende das mãos que o seguram
Dois peixes e cinco pães nas minhas mãos se tornam alguns sanduiches
Dois peixes e cinco pães nas mãos de Cristo alimentaram multidões
Depende das mãos que os seguram.
Pregos nas minhas mãos podem significar a construção de uma casa
Pregos nas mãos de Cristo significaram a SALVAÇÃO DO MUNDO
Depende das mãos...
Como você pode concluir agora, tudo depende das mãos...
Então coloque suas preocupações, seus sonhos, seus anseios, seus temores, seus interesses, SUA FAMILIA, SUA VIDA Nas mãos de DEUS!
Pois TUDO depende das mãos que os tem.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O SIRI

(Texto Aplicado à Mesa I)

Tenho um amigo que foi pescar em alto mar, e para isso ele queria usar iscas vivas.
Passou na casa de um caiçara na beira da praia, e comprou um balde de camarões frescos (vivos). E foi pescar em alto-mar. Em pouco menos de uma hora de pescaria e todos os camarões já estavam mortos. Esse meu amigo ficou um tanto bravo mas voltou a pescar no próximo final de semana.
Passou novamente na casa do caiçara e contou a ele que os camarões vendidos na semana anterior não deviam ser frescos, pois logo que começou a pescar, percebeu que estavam todos mortos.
O caiçara vendeu-lhe mais um balde de camarões frescos e lhe ensinou o segredo de mantê-los vivos por muito tempo. Antes de meu amigo sair para pescar, o caiçara colocou um siri vivo dentro do balde de camarões. O que acontecera da primeira vez, foi que os camarões se percebiam todos juntos, porém, sem nenhum movimento no balde, se entregavam à morte.
Quando o siri está dentro do balde, ele fica beliscando os camarões a sua volta e promove movimentos dentro do balde. Os camarões percebem vida e buscam o tempo todo se safar do siri; com isso permanecem vivos por muito mais tempo.
Nós precisamos encontrar o siri de nossa vida. Aquilo que nos estimula a fazer as coisas acontecerem. A fazer com que saiamos da zona de conforto, da inércia em que muitas vezes nos encontramos.
Muitas vezes, o siri é a nossa família, pela qual nos dedicamos um pouco mais, outras vezes é o carro novo ou mesmo uma qualidade melhor de vida. Descubra quem ou o que é o siri de sua vida.

Mensagem extraida do livro O Contador de Histórias de J. D. Zanco


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

DIA DAS CRIANÇAS! ALEGRIA NA UMBANDA!

(Texto enviado por Gisele)

 As crianças são a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos.
 Sincretizados nas figuras de Cosme, Damião e Doum, seu dia comemorativo é 27 de setembro.
 São espíritos que já estiveram encarnados na Terra e que optaram ou receberam a missão de continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda.
Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
 O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... Todos, pois as crianças poderão, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Elas manipulam as energias elementares e são portadoras naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.
 Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade. Dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa.
 Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. As entidades que fazem parte, na Umbanda, da Ibejada são assim, fazem tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas (guaraná) e tratam a todos como tio e vô.
 Existe um antigo provérbio Umbandista, que diz: "Não há um Caboclo ou Preto-velho que, apesar de toda a sua elevação, não respeite um Ibeiji”.
E, por isso, não há uma gira de criança que não lote os terreiros de Umbanda! Enquanto participamos, tudo que sentimos é uma alegria infinita, uma felicidade que nos leva a sorrir sem motivos, que nos faz recordar a nossa infância querida na qual, muitas vezes, logicamente sem o devido conhecimento, brincávamos com o nosso querido Erê!
Muito obrigado, criancinhas queridas, por estarem sempre junto de nós nos dando todo o amor e o carinho que transbordam de vocês!

Salve as criancinhas! 
(Texto adaptado do site Umbanda de Deus)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CONHECIMENTO E SABEDORIA

(Texto aplicado à Mesa I)

Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença entre Conhecimento e Sabedoria. O mestre disse-lhes:
Amanhã, bem cedo coloquem dentro dos sapatos, vinte grãos de feijão, dez em cada sapato, subam em seguida a montanha que se encontra junto a esta aldeia, até o ponto mais elevado.
No dia seguinte, os jovens discípulos começaram a subir o monte. Lá pela metade do caminho, um deles estava padecendo de grande sofrimento, seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito.
O outro subia naturalmente a montanha.
Quando chegaram no topo, um estava com o semblante marcado pela dor; o outro sorridente. Então o que mais sofreu durante a subida, perguntou ao colega:
-Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
-Meu caro colega, ontem a noite cozinhei os vinte grãos de feijão.

É comum que se confunda CONHECIMENTO E SABEDORIA, mas essas são coisas diferentes. Se prestarmos atenção, podemos verificar que a diferença é clara e visível.
O conhecimento é o somatório das informações que adquirimpos, é a base daquilo que chamamos de cultura. Podemos adquirir Conhecimento sem vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas. Podemos nos tornar cultos sem saírmos da reclusão de uma biblioteca.
Já a Sabedoria, por outro lado é o reflexo da vivência, na prática, quer pela experimentação, quer pela observação,da utilização dos conhecimentos préviamente adquiridos. Para ser sábio é preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida.
É preciso buscar, sim o conhecimento, informação. Deve-se atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de aprendizado. Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo. E isso não parece ser uma atitude muito sábia.
Então sejamos sábios:
Vivamos! Amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!
E que saibamos cozinhar nossos feijões...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

QUANTO CUSTA UM MILAGRE?

(Texto aplicado à Mesa I)
Uma garotinha esperta, de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre seu irmãozinho mais novo.
Tudo que ela sabia era que o menino estava muito doente e que estavam completamente sem dinheiro.
Iriam se mudar para um apartamento num subúrbio, no próximo mês, porque seu pai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.
Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro.
A menina ouviu seu pai dizer a sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado: Somente um milagre poderá salvá-lo.
Ela foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo, no armário. Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente, três vezes.
O total tinha que estar exato. Não havia margem de erro. Colocou as moedas de volta no vidro com cuidado e fechou a tampa. Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia.
Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento.
Ela, então, esfregou os pés no chão para fazer barulho, e nada! Limpou a garganta com o som mais alto que pôde, mas nem assim foi notada.
Por fim, pegou uma moeda e bateu no vidro da porta. Finalmente foi atendida!
O que você quer? Perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há  séculos, disse ele sem esperar resposta.
Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão. Respondeu a menina no mesmo tom aborrecido.Ele está realmente doente... E eu quero comprar um milagre.
Como? Balbuciou o farmacêutico admirado.
Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo.
E é por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?
Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la. Respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.
Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa. Insistiu a pequena.
O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo à frente e perguntou à garota: Que tipo de milagre seu irmão precisa?
Não sei. Respondeu ela, levantando os olhos para ele. Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.
Quanto você tem? Perguntou o homem de Chicago.
Um dólar e onze centavos. Respondeu a menina num sussurro. É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.
Puxa! Que coincidência, sorriu o homem. Um dólar e onze centavos! Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos.
O homem pegou  o dinheiro com uma mão e, dando a outra mão à menina, disse: Leve-me até sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de  milagre que você precisa.
Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em neurocirurgia.
A operação foi feita com sucesso e sem custo algum. Alguns meses depois, Andrew estava em casa novamente, recuperado.
A mãe e pai comentavam alegremente sobre a sequência de acontecimentos ocorridos. A cirurgia, murmurou a mãe, foi um milagre real. Gostaria de saber quanto deve ter custado.
A menina sorriu. Ela sabia exatamente quanto custa um milagre...
Um dólar e onze centavos... Mais a fé de uma garotinha...
*   *   *
Não há situação, por pior que seja, que resista ao milagre do amor.
Quando o amor entra em ação, tudo vence e tudo acalma.
Onde o amor se apresenta, foge a dor, se afasta o sofrimento e o egoísmo bate em retirada.
 Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida.
Disponível no CD Momento Espírita, v.6,  ed. Fep.

Em 15.07.2011.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O MILAGRE DE INGRID

(Texto aplicado à Mesa I) 

Nesta semana, a estudante Ingrid, teve alta do hospital. Para pagar as próprias despesas, Ingrid trabalhava no bar da boate Kiss. Só se salvou porque teve uma reação muito rápida, uma idéia surpreendente que deu certo.
Ela se salvou com um gesto desesperado: para respirar, abriu o freezer em busca de ar puro.
Ela atendia clientes em um dos bares da área vip, em frente ao palco onde acontecia o show. Ao perceber o incêndio, se apressou para avisar as colegas que estavam no caixa. Quando tentou sair, foi engolida pela fumaça.
“Eu meio que tonteei. No que eu tonteei, eu meio que caí para trás e bati com a mão no freezer. Eu sei que me deu um estalo e eu pensei - o freezer. É o único lugar que tem ar. Eu abri a porta do freezer, botei a minha cabeça pra dentro e respirei aquele ar que tava completamente gelado”, conta.
A jovem tomou fôlego, cobriu o nariz e a boca com a roupa e procurou a saída.  Na fuga, algumas pessoas tropeçaram. Quem vinha atrás caiu sobre os que estavam no chão. “Caí e caíram por cima de mim. Aí que veio meu anjo. Ele tentou me puxar uma vez, duas, ele não conseguiu. Eu olhei pro rosto dele e ele olhou para mim, agarrou minhas duas mãos com tanta força que me deu forças. Ele me agarrou, e eu segurei a mão dele, ele deu dois, três puxões e me arrancou daquilo. Diz o médico, que quando ela respirou o ar de dentro do freezer, Ingrid evitou queimaduras internas mais graves.
“Agora, eu sei que eu preciso estar forte pra ajudar muita gente. Então é isso que está me fazendo erguer a cabeça, lutar e dizer assim: ‘Não... peraí... Se Deus me manteve aqui é porque ele tem um plano pra mim. É que eu ainda vou ajudar muita gente’”, concluiu Ingrid.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

LIBERTAÇÃO DO PASSADO

(Texto aplicado à Mesa I)

Uma mulher foi visitar o seu pai, que era um iogue muito respeitado na região sul da Índia antiga. Assim que os dois se encontraram, moça disse:
- Pai, sempre observo como você é respeitado pelas pessoas. Queria ter toda essa tranquilidade que você tem. Como faço para conseguir paz em minha vida?
O pai olhou sua filha, ficou feliz pela pergunta e disse:
- Filha, deixe isso de lado um pouco. A paz é algo ainda distante. Comece, por enquanto, jogando fora algumas coisas em sua casa que você não precisa e que não te trazem boas lembranças.
A filha ficou visivelmente contrariada. Não entendia a atitude do pai. Sendo um homem tão sábio, por que dava orientações a todos, mas se negava a ensinar sua própria filha?
A moça retornou ao seu lar e sentiu que, realmente, seria um bom momento de se desfazer de alguns pertences que já não utilizava. Estava mesmo sentindo que sua casa precisava esvaziar-se de algumas tralhas.
Primeiro de tudo, resolveu localizar os objetos dos quais não mais necessitava. Pegou antigos presentes usados, roupas velhas, sapatos furados, bijuterias e até algumas cartas de antigos namorados. Conforme ia pegando nas roupas rasgadas, surgiam lembranças dos momentos em que as usou. Levantou bastante poeira movimentando tudo, tirando do lugar e se jogando fora. Não foi nada fácil desapegar-se de certos pertences, em especial aqueles que lembravam momentos bons e ruins. Demorou algumas horas, mas a moça pôde revisitar muitas fases diferentes de sua vida, senti-las, chorar, observar o que pensava e como via o mundo em diversas épocas, e finalmente jogar tudo fora.
Após toda essa experiência com seu passado, estava se sentindo diferente. Sentiu-se mais tranquila, mais leve e mais livre de tudo. Sentia, pela primeira vez em muitos anos, uma paz que a preenchia por inteiro.
Alguns dias depois, foi novamente visitar seu pai e contou todo o ocorrido.
O pai virou-se para ela e disse:
- Filha, quando você me perguntou como fazia para conseguir paz em sua vida, eu te dei a resposta, e você iniciou esse processo. Desfazendo-se de alguns objetos do passado, você pôde seguir os sete passos da libertação.
- Eu segui? - Perguntou a filha surpresa. – Mas que passos são estes?
O pai respondeu:
- O primeiro passo é agir para resolver um problema. No caso, você sentia a intranquilidade, e começou a buscar uma solução para isso. A ação que procura solucionar um sintoma e entender que precisamos nos libertar disso. Essa é a fase do início da busca.
- O segundo passo é localizar a fonte do problema. Em sua casa, você procurou os objetos que teria que jogar fora. Isso equivale, no plano emocional, a buscar o local exato da origem do problema. Essa é a fase da localização.
O terceiro passo é rever o problema e senti-lo intensamente como se ele estivesse ocorrendo agora. Cada pertence que você encontrou, vieram lembranças muito emocionais, você recordou cenas e acontecimentos e colocou para fora os últimos resquícios desses sentimentos. Ninguém se liberta de alguma situação não resolvida ou de alguma experiência mal digerida do passado se não a sente novamente. Essa é a oportunidade de liberar das emoções acumuladas.
O quarto passo é desapegar-se daquilo. Algumas pessoas relembram o passado, mas como ainda continuam apegadas a ele, permanecem presas. No momento que você o jogou fora, você consolidou que não precisava mais daquilo e se desfez do que te prendia. No plano interior, o desapego não é exatamente uma ação, mas uma escolha.
O quinto passo é perdoar qualquer mal ou prejuízo que o passado tenha nos causado. Isso implica no perdão de maus tratos, ofensas, agressões, frustrações, etc. Quando você pegou as cartas de ex-namorados, você já estava tranquila interiormente e pôde perdoa-los de qualquer mal que tenham feito a você. Se não tivesse perdoado, ainda estaria apegada a eles de alguma forma. É importante perdoar o algoz, mas também perdoar a nós mesmos por termos errado. O perdão dos próprios erros é fundamental; Afinal, somos todos imperfeitos e estamos sempre sujeitos a erros.
O sexto passo é tentar entender porque tivemos que experimentar aquilo. Qual o motivo daquele sofrimento, daquela dor, daquela doença, ou de qualquer mal que nos acometeu. Que responsabilidade tivemos em sua produção? Após rever nossa responsabilidade nisso, é importante arrepender-se de qualquer mal feito e também pedir perdão a nós mesmos. Rever o passado nos ajuda a chegar ao sétimo e último passo.
O sétimo passo é o aprendizado final. Toda experiência deve ser transformada em aprendizado. Ela deve trazer um significado para nós, e isso deve servir para evitar erros futuros. O aprendizado é a libertação final do passado, pois ele evita que os erros do passado sejam reeditados em novas formas no futuro. Lembrando sempre que os erros passados que não foram aprendidos podem ser repetidos num futuro próximo ou distante. Portanto, o aprendizado é fundamental e é o último passo para a libertação e para o encontro com a paz.
Do Autor Hugo Lapa